A central nuclear de Bushehr, a ser construída no território iraniano pela Rússia, estará a funcionar no final de Agosto para produzir electricidade, disse o chefe do programa nuclear iraniano.
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«O teste a 40 por cento das instalações da central foi realizado com sucesso (...) Vamos ser capazes de colocar a funcionar a central e a rede de electricidade até ao final do mês do Ramadão [fim de Agosto] com uma produção inicial de 40 por cento», garantiu este domingo Fereydoun Abbassi Davani, em declarações ao canal Al-Alam.
O cientista nuclear, que já foi referenciado pela ONU como estando ligado a actividades nucleares secretas, acrescentou que «a central irá atingir a sua capacidade total» de mil megawatts entre Novembro e Dezembro deste ano.
«Na altura, iremos organizar uma cerimónia oficial e vamos propor que o Presidente russo Dmitri Medvedev venha ao Irão para testemunhar esta ocasião», concluiu o responsável.
A central nuclear, a primeira em território iraniano, está a ser construída na cidade portuária de Bushehr pela companhia russa Rosatom. Devia ter estado concluída inicialmente em 1999, quatro anos depois do início dos trabalhos, mas desde então já sofreu múltiplos atrasos.
«Acredito que os russos não estão a ser honestos (...) em relação à central», afirmou, na altura, o deputado Asgar Jalalian, pedindo às autoridades iranianas que esclarecessem os termos do acordo através «de negociações transparentes e firmes, sem "mas" ou 2ses"».
Os sucessivos adiamentos da central de Bushehr, cujo projecto inicial remonta a 1974, são mais um episódio da controversa estratégica nuclear do regime de Teerão.
Vários países da comunidade internacional, como os Estados Unidos e Israel, acusam o regime iraniano de ocultar a natureza do programa nuclear, afirmando que Teerão tem ambições bélicas e pretende adquirir armas atómicas.
O regime iraniano sempre recusou tais acusações, salientando o carácter civil do programa.