Charles Michel vai agendar nova cimeira "no início do próximo ano", para tentar acordar com os 27 Estados-membros.
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O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, anunciou, na madrugada desta terça-feira, em Bruxelas, "um apoio forte", na União Europeia, à negociação que permitirá reunir apoio financeiro para a Ucrânia. Mas, Michel reconhece a ausência de unanimidade.
"26 líderes concordaram com a negociação em todas as componentes", anunciou o presidente do Conselho Europeu, assinalando a falta do apoio de um dos representantes nacionais, neste caso Viktor Orban.
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Charles Michel acrescentou que a Suécia tem como "procedimento habitual" a necessidade de "consultar o seu parlamento", mas o Governo está de acordo com cada um dos aspetos da discussão que esteve em cima da mesa.
No entanto, "um outro líder não conseguiu chegar a acordo sobre esta negociação", anunciou Charles Michel, a referir-se à Hungria. O presidente do Conselho Europeu entende que "isto significa", porém, que "existe um forte apoio a todas as componentes desta negociação", que foi "expresso por 26 dirigentes".
"São todas as prioridades. E, isto é importante: apoio à Ucrânia, migração, solidariedade, fundo, defesa. Tudo isto faz parte deste quadro negocial e significa que voltaremos a este assunto no início do próximo ano e tentaremos obter unanimidade", avançou.
Charles Michel sublinhou que, no primeiro dia da reunião em Bruxelas, foi fechado um primeiro acordo que "surpreendeu todos", ao ser dada luz verde para a abertura de negociações com a Ucrânia para adesão à União Europeia.
O acordo foi, no entanto, fechado sem a participação da Hungria, que se absteve na votação, permitindo a deliberação do Conselho Europeu sobre a matéria com a qual "não concorda", pois, no seu entender, trata-se de "uma má decisão".
Mas, o presidente do Conselho Europeu considera que é antes "um sinal político muito importante" e "uma decisão política muito poderosa", também "muito importante para a credibilidade da União Europeia".
Falta agora fechar a negociação para a revisão do quadro financeiro plurianual, de onde deverão sair verbas para garantir a estabilidade financeira da Ucrânia, através de um montante de 50 mil milhões de euros, dos quais uma parcela de 17 mil milhões são atribuídos a fundo perdido e o restante a título de empréstimos.
Charles Michel acredita que há margem para conseguir um acordo a 27, para manter a ajuda a Ucrânia no âmbito do quadro financeiro plurianual, sendo, para já, rejeitada uma segunda opção, que passaria por fechar um acordo alternativo, apenas com 26 dos Estados-membros.
"Lembro-me das barreiras que tínhamos para o orçamento inicial, há cerca de quatro anos", recordou, frisando que, naquela altura, "passámos quatro dias e quatro noites aqui em Bruxelas".
"Agora, em poucas horas, conseguimos fazer uma proposta equilibrada com um amplo apoio político que mostra que estamos a falar a sério, que mostra que queremos ser credíveis e que queremos fazer tudo para proteger e defender o nosso interesse fundamental e para proporcionar mais estabilidade", sublinhou.
* Notícia atualizada às 08h05