Hospital de Londres autorizado pela justiça a desligar suporte básico de vida de um bebé que sofre de doença rara. Pais não se conformam.
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"Não!". Foi a palavra solta pelo pai de Charlie mal ouviu da boca do juiz a decisão que permite ao hospital desligar as máquinas que mantêm o filho vivo.
Charlie tem oito meses, sofre de uma doença genética rara - Síndrome de Depleção Mitocondrial. A doença provoca um enfraquecimento progressivo dos músculos. Charlie está ligado a máquinas que o ajudam a alimentar-se e a respirar. Tem danos cerebrais irreversíveis.
Os médicos do Hospital Great Ormond Street, em Londres, defendem que as máquinas devem ser desligadas para permitir à criança morrer com dignidade, ao invés de prolongar um sofrimento injustificado tendo em conta que a doença é incurável. Uma intenção que colide com a vontade dos pais de submeter Charlie a um tratamento experimental nos Estados Unidos.
Pesados os argumentos, o juiz que apreciou o caso deu razão ao hospital. As máquinas devem ser desligadas, os médicos prestar cuidados paliativos ao bebé. As razões que justificam a decisão já não foram escutadas pelos pais de Charlie que deixaram o edifício do tribunal lavados em lágrimas, segundo o relato da BBC.
O juiz começou por explicar que era com "pesar no coração" que proferia esta sentença, no entanto, convicto que é a decisão que melhor serve os interesses da criança. Sobre a esperança depositada pelos pais no tratamento experimental, o juiz deixa uma pergunta - "Se as funções cerebrais de Charlie não podem melhorar, então como é que ele pode ficar melhor?".
À saída da audiência, a advogada dos pais do bebé lamentou que o juiz não tivesse dado oportunidade ao tratamento nos Estados Unidos e anunciou que iria agora estudar os próximos passos a dar. O tempo corre contra os pais de Charlie.