O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, defendeu hoje a cônsul Lívia Acosta Noguera, expulsa dos EUA, depois de ter sido declarada "persona non grata", e anunciou o encerramento do consulado venezuelano em Miami.
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«Que vergonha. Que bom que a expulsaram. Desde aqui a saúdo. É uma funcionária. Não há nenhuma prova, nem uma só prova, de que estava a fazer espionagem», disse Hugo Chávez.
O presidente da Venezuela falava no parlamento venezuelano durante uma sessão de apresentação da sua «memória e conta» de 2011, acto que foi transmitido em directo e de maneira obrigatória pelas rádios e televisões do país.
«Alguém disse por aí, não o digo eu, que o primeiro grande espia de um país é o embaixador, são os embaixadores. Não são espias de verdade, cumprem uma tarefa de passar informações ao seu governo», disse.
Frisou que os embaixadores estrangeiros no país se reúnem e que ele, como chefe de Estado, «não está pendente do que fazem os embaixadores», porque «eles são autónomos, têm imunidade diplomática».
Chávez lamentou ainda que alguns venezuelanos se façam eco deste tipo de medidas dos EUA, sem perceber que «não são contra a cônsul, [mas] contra a Venezuela», sublinhando que o mais grave é que alguns cidadãos do seu país tenham «o império na cabeça, o império por dentro».
A 8 de Janeiro, os EUA declararam "persona non grata" a cônsul venezuelana em Miami e ordenaram a sua expulsão, porque, segundo um documentário recente do canal hispânico Univisión, seria cúmplice de um presumível projecto iraniano de atentados nos Estados Unidos.
Segundo a Univision, cadeia com sede em Miami, a diplomata teria participado na conspiração quando era segunda secretária da embaixada venezuelana no México em 2007. Os atentados, que poderiam ser acompanhados de ataques informáticos, visariam locais vitais para a segurança dos Estados Unidos, como centrais nucleares e o aeroporto Kennedy, em Nova Iorque.