Desde que chegou ao Chile para uma visita oficial, o papa Francisco não tem tido uma vida fácil. O país está revoltado com os abusos sexuais realizados por padres no país sul-americano.
Corpo do artigo
A chegada do papa reviveu o escândalo dos sacerdotes que abusaram de crianças, tendo a organização Bishop Accountability publicado esta semana uma lista de 80 sacerdotes, clérigos e uma freira acusados de abusos sexuais de menores no país sul-americano.
951219008069623811
O papa aterrou na noite de segunda-feira na capital chilena para uma visita ao país, tendo já ocorrido protestos contra os abusos sexuais realizados por padres e demonstrações de ceticismo face à Igreja Católica Romana.
Algumas igrejas foram incendiadas e a polícia teve que recorrer a gás lacrimogéneo e canhões de água para por fim a um protesto contra o papa Francisco.
1YD7OxEE8YQ
A visita do papa acontece também numa altura em que muitos chilenos estão descontentes com a decisão de Francisco, tomada em 2015, de nomear um bispo próximo do reverendo Fernando Karadima, que o Vaticano considerou culpado, em 2011, de abusar sexualmente de dezenas de menores ao longo de décadas.
Ontem, o papa encontrou-se com um grupo de chilenos vítimas de abuso sexual por parte de sacerdotes, anunciou o porta-voz do Vaticano, Greg Burke, referindo que pediu desculpa "pelos danos irreparáveis" sofridos. O santo padre reconheceu também a "dor" dos sacerdotes que foram responsabilizados a nível coletivo pelos crimes de alguns, acrescentou.
Greg Burke explicou que o papa Francisco se encontrou com grupo de vítimas de abuso sexual após o almoço, ouviu as suas histórias e rezou com eles, referindo que o Papa "os ouviu, orou e chorou com eles", sem acrescentar mais detalhes.