A China e a África do Sul suspenderam importações de carne bovina brasileira e pediram esclarecimentos sobre o agente causador da doença das "vacas loucas", num animal morto em 2010, informou hoje o Ministério da Agricultura do Brasil.
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As notificações sobre a suspensão foram recebidas hoje, afirma o ministério. Além dos dois países, o Japão já tinha anunciado no domingo que deixaria de importar carne bovina brasileira, pelo mesmo motivo.
A polémica começou na sexta-feira, quando o Brasil notificou a Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA) sobre a presença «atípica» da proteína "príon", responsável pela doença das vacas loucas, numa vaca que morreu em 2010 numa fazenda no Paraná, no sul do Brasil.
A OMSA explica, no entanto, que a morte não foi causada pela doença e continua a considerar o Brasil como risco «insignificante» na transmissão da doença.
O governo brasileiro informou que enviará missões oficiais aos principais importadores de carne e ao Japão, África do Sul e China, para prestar esclarecimentos sobre o caso. O secretário-executivo do ministério afirmou que é «natural» que os países tenham uma reação de cautela ao tomar conhecimento do facto pela imprensa.
O Brasil é o segundo maior exportador de carne bovina do mundo, com 1,02 milhões de toneladas vendidas para o mercado internacional, segundo o Sistema de Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro (Agrostat).
Os três países que suspenderam a importação não tem grande peso nas exportações brasileiras de carne bovina. Nos primeiros 10 meses deste ano, a China comprou 10,1 mil toneladas de carne bovina, o Japão adquiriu 1,3 mil toneladas e a África do Sul, 293 toneladas, indicam números do ministério.