China: Fim da sopa de barbatana de tubarão em banquetes oficiais agrada a defensores dos animais
Os defensores dos direitos dos animais congratularam-se hoje com a decisão das autoridades chinesas de banir a sopa de barbatana de tubarão das receções oficiais, esperando que esta proteção se alargue a outras espécies ameaçadas.
Corpo do artigo
«Eis uma decisão apreciável e corajosa do Governo chinês», afirmou Alex Hofford, da organização MyOcean, com sede em Hong Kong.
«Isto vai ter consequências importantes na sociedade (chinesa), porque quando o Governo mostra um caminho, o setor privado não demora a segui-lo», acrescentou.
No domingo, o Conselho de Assuntos do Estado (Governo) e o comité central do Partido Comunista chinês (PCC), órgão dirigente do país, publicaram uma diretiva que proíbe «servir pratos com barbatana de tubarão, ninhos de andorinha e produtos provenientes de animais selvagens nos jantares e receções oficiais».
«Os organizadores de visitas oficiais ou de visitas de missões de negócios deverão preparar as refeições, observando normas de despesas pertinentes. Os anfitriões locais estão autorizados a organizar um único jantar oficial, caso isso seja necessário», de acordo com a diretiva.
O documento proíbe também ofertas de bebidas alcoólicas ou cigarros de luxo, em receções oficiais.
A sopa de barbatana de tubarão é considerada, há séculos, uma iguaria na China e o preço atinge níveis muito elevados nos mercados, nomeadamente em Hong Kong.
Esta tradição levou à pesca desenfreada de tubarões em todo o mundo. As barbatanas são cortadas, em animais ainda vivos que são, em seguida, lançados mutilados ao mar, acabando por morrer.
Nos últimos anos, sob a pressão de organizações não-governamentais e instituições internacionais, um número crescente de personalidades chinesas, hotéis e restaurantes declararam renunciar à sopa de barbatana de tubarão.
A decisão das autoridades comunistas foi, principalmente, motivada pelo custo exorbitante da sopa de barbatana de tubarão, mais do que por uma tomada de consciência sobre a ameaça para as populações de tubarões, explicou Gary Stokes, um responsável da ONG Sea Sheperd.