A "doença da altitude" foi o argumento utilizado por um responsável chinês, para justificar as limitações na emissão de vistos turísticos durante o mês de março, a poucos dias do aniversário da rebelião.
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O secretário do Partido Comunista Chinês no Tibete justificou a interdição do acesso de estrangeiros à região, durante o mês de março, com a possibilidade de os "visitantes sofrerem da doença da altitude".
Citado pela imprensa local, o líder comunista chinês no Tibete, Wu Yingjie, disse que as restrições são necessárias para "garantir a segurança" dos turistas. "Após considerarmos as condições geográficas e climáticas específicas [do Tibete], adotámos uma série de regulamentações para as visitas de estrangeiros, de acordo com a lei", disse.
De acordo com a Lusa, as agências de viagens estão a recusar turistas estrangeiros em visitas ao Tibete, quando se assinalam datas sensíveis que questionam a legitimidade da soberania chinesa na região.
A 10 de março assinala-se o 60.º aniversário de uma rebelião contra a administração chinesa que terminou com o exílio do Dalai Lama, líder político e espiritual dos tibetanos, acusado por Pequim de separatismo.
Autorização especial
Em março de 2008, na capital da região autónoma do Tibete, Lhasa, registaram-se violentos ataques contra a presença chinesa.
Para visitar o Tibete, os estrangeiros precisam de uma autorização especial por motivos de "proteção ambiental".
Os turistas estrangeiros que visitam o Tibete têm de fazê-lo em grupo e acompanhados por um guia, sendo que Pequim proíbe diplomatas e jornalistas estrangeiros de entrarem na região, exceto em visitas organizadas pelas autoridades ou pelo departamento de propaganda do Partido Comunista Chinês.
A China considera que a região é desde há séculos parte do território chinês. Mas seguidores do Dalai Lama, que em 1989 foi galardoado com o Prémio Nobel da Paz, acusam Pequim de tentar destruir a identidade religiosa e cultural do Tibete.
Segundo a agência de noticias chinesa Xinhua, em 2018 o Tibete recebeu 30 milhões de turistas.