Na China, milhares de pessoas saíram à rua na última semana numa manifestação contra a instalação de uma refinaria. Nas províncias de Sichuan e Yunnan, no sudoeste do país, os manifestantes exigiram mais informação à população em nome da proteção do ambiente na região.
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"Queremos viver! Devolvam-nos a nossa cidade bonita!". Frases de ordem que se espalharam pela cidade de Kunming, no sudoeste da China na última manifestação contra a construção de uma refinaria.
A terceira manifestação em menos de um mês é um claro sinal dos tempos de mudança na China.
O ambiente é mais importante que o desenvolvimento, disse uma jovem que viajou seis horas de autocarro para juntar-se à contestação na cidade.
Cada vez mais consciente dos riscos ambientais, a sociedade civil chinesa exige respostas ao governo.
O projeto da refinaria foi aprovado sem consulta pública e a dúvida sobre onde vai ser instalada levou milhares de pessoas à rua.
O poder da opinião pública já levou o governo local a garantir o adiamento do projeto, antes de mais informação ser tornada pública.
Três décadas de desenvolvimento a alta velocidade começam a refletir-se cada vez mais no ambiente. E para a nova classe média chinesa, o preço a pagar pelo crescimento económico não pode ser tão alto.
Em Pequim, a falta de qualidade do ar reflete-se num descontentamento generalizado. A compra de máscaras e purificadores de ar tornou-se um novo negócio da China.
Em janeiro, a poluição chegou a níveis de alerta com avisos para crianças e idosos não saírem à rua. Nas províncias do sudoeste, o turismo é um dos setores mais importantes.
Conscientes da poluição que existe nas grandes cidades como Pequim e Xangai, os chineses que vivem no sudoeste exigem saber o que estão a respirar.
É um movimento sem nome que se organiza através das redes na internet e que junta cada vez mais pessoas em manifestações pacíficas. E embora longe de Pequim, são milhares de vozes que o governo central não pode ignorar.