A polícia chinesa suspeita que pessoas oriundas do Xinjiang, região de maioria muçulmana, estarão envolvidas no incidente de ontem na Praça Tiananmen, que matou cinco pessoas e feriu 38.
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As autoridades chinesas suspeitam que o que aconteceu ontem na Praça Tiananmen, em Pequim, não terá sido apenas um acidente e sim um ataque suicida, de acordo com fontes citadas pela agência Reuters. A polícia está ainda a determinar a identidade dos três ocupantes do automóvel que se incendiou.
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Ontem à noite, numa notificação enviada aos hotéis da cidade acerca de um «importante caso ocorrido na segunda-feira», a polícia chinesa, identificou como «possíveis suspeitos» dois residentes de Pishan e Shanshan, na Região Autónoma do Xinjiang, noroeste da China, disse o Global Times, publicação do grupo "Diário do Povo", o órgão central do Partido Comunista Chinês.
Ao pedir informações sobre «veículos suspeitos», a polícia descreveu quatro jipes com matrículas daquela região, indicou o jornal.
Na segunda-feira, cerca do meio-dia (hora local), um jipe colidiu com a multidão que se encontrava junto à tribuna onde está afixado o retrato do antigo presidente Mao Zedong e a seguir incendiou-se.
Cinco pessoas morreram, entre as quais os três ocupantes do veículo, e 38 ficaram feridas. Os outros mortos foram uma turista das Filipinas e um homem da província de Guangdong, no sul da China.
Há três semanas, a imprensa chinesa anunciou que 139 pessoas foram detidas no Xinjiang por advogarem a "jihad" (guerra sagrada) através da Internet.
Em junho, um ataque terrorista atribuído a "extremistas religiosos" causou 24 mortos. Foram os mais violentos incidentes registados no Xinjiang desde os tumultos do verão de 2009 em Urumqi, a capital da região, que mataram 197 pessoas.
Algumas organizações que advogam a "jihad" no Xinjiang estão ligadas à Al-Qaida e os seus membros receberam treino militar no vizinho Afeganistão, afirmam as autoridades chinesas.