
epa06991755 Angola's President Joao Lourenco (L) shakes hands with Chinese President Xi Jinping (R) before their bilateral meeting at the Great Hall of the People in Beijing, China, 02 September 2018. Lourenco is in China for the Forum on China-Africa Cooperation which will be held from 03 to 04 September in Beijing. EPA/ANDY WONG / POOL
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Há quase 10 anos que a China é o maior parceiro comercial do continente africano. Espera-se que Pequim anuncie fundos que chegam aos 54 mil milhões de euros.
O Presidente chinês, Xi Jinping, deverá propor hoje novas ideias para fortalecer as relações com o continente africano, acompanhadas de investimentos de milhares de milhões de dólares, no arranque do terceiro Fórum de Cooperação China-África (FOCAC).
O fórum junta em Pequim, entre segunda e terça-feira, dezenas de chefes de Estado e de Governo do continente africano, entre os quais os Presidentes de Angola e de Moçambique, João Lourenço e Filipe Nyusi, respetivamente.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, também participará.
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No discurso de abertura do FOCAC, o Presidente chinês, Xi Jinping, deverá propor novas ideias para fortalecer as relações com África e anunciar novas medidas para uma cooperação pragmática, de acordo com informação transmitida nos últimos dias por Pequim.
Só Angola está a negociar com Pequim uma nova linha de financiamento de mais de 11.000 milhões de euros.
A sétima edição da cimeira contará com três novos países: São Tomé e Príncipe, Burkina Faso e a Gâmbia, que elevam assim para 53 o número de nações africanas com relações com a China e que deverão participar no certame.
Eswatini, antigo Reino da Suazilândia, é o único país sem ligações oficiais à República Popular da China, por reconhecer Taiwan.
Desde 2000 que diversos países africanos, como o Chade e o Senegal, que recebiam ajudas de Taiwan, romperam as suas relações com a ilha para beneficiar da cooperação chinesa.
À margem do fórum deverão decorrer encontros bilaterais para o estreitamento de relações entre as duas partes.
A relação entre os dois blocos, China e África, apresenta já alguma solidez, com dados divulgados no dia 29 de agosto a apontarem que a China foi durante o primeiro semestre de 2018 o maior parceiro comercial de África, pelo nono ano consecutivo.
Entre janeiro e junho de 2018, o comércio bilateral aumentou 16%, em termos homólogos, para 98.800 milhões de dólares (84.600 milhões de euros).
Desde 2015, a média anual do investimento direto da China no continente fixou-se em 3.000 milhões dólares (2.500 milhões de euros), com destaque para novos setores como indústria, finanças, turismo e aviação.
Dados oficiais divulgados na quarta-feira apontam que a cooperação com Pequim leve ao continente africano 30.000 quilómetros de autoestradas, uma capacidade anual portuária de 85 milhões de toneladas e uma capacidade de produção elétrica de 20.000 megawatts.
Pequim também investiu no setor bélico, tendo criado no Djibouti a sua primeira base militar fora de território chinês.
O primeiro Fórum de Cooperação China-África aconteceu em Pequim, em 2006, e a segunda edição decorreu na África do Sul, em 2015.