Chuva forte coloca Catalunha sob aviso vermelho. Barcelona mais afetada, cancelados quatro voos de e para Lisboa
No total, foram cancelados 50 voos e desviados outros 17
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A região da Catalunha está sob aviso vermelho devido à previsão de chuva forte. O aeroporto de Barcelona é um dos locais mais atingidos pela intempérie. Até ao momento, quatro voos de e para Lisboa foram cancelados e vários outros foram desviados. No total, foram cancelados 50 voos e desviados outros 17.
A região do aeroporto foi das mais castigadas pelas fortes chuvas durante a manhã, uma situação que levou as autoridades a suspenderem o serviço ferroviário regional da Rodalies.
O gestor aeroportuário Aena informou em comunicado que foram desviados até agora 17 voos de chegada, encaminhados para aeroportos alternativos, enquanto cerca de 50 operações de saída foram canceladas pelas companhias aéreas. Os voos que continuam a sair estão a registar atrasos "consideráveis", dado que os controladores estão a dar mais tempo no intervalo entre voos por motivos de segurança.
A situação levou à constituição de um comité de crise no aeroporto para acompanhar o impacto das chuvas ao longo do dia. Fontes do aeroporto citadas pela agência EFE disseram que estão a decorrer trabalhos para restabelecer a normalidade nas zonas interiores que ficaram inundadas.
Com a suspensão do serviço da Rodalies e do metro no aeroporto, os passageiros foram aconselhados a usar meios alternativos como o táxi ou o autocarro.
Várias universidades em Barcelona decidiram também suspender as atividades letivas previstas para esta segunda-feira. Por causa da acumulação da água, a linha de alta velocidade entre Barcelona e Tarragona está interrompida.
As localidades mais afetadas pelas inundações nos subúrbios de Valência, Espanha, vão continuar interditas a não moradores, ao mesmo tempo que as escolas permanecerão fechadas toda a semana e as autoridades apelam ao teletrabalho.
O governo regional da Comunidade Valenciana, onde morreram pelo menos 213 pessoas no temporal de terça-feira da semana passada, decidiu prolongar por 48 horas a proibição de acesso a 10 localidades nos arredores da cidade de Valência, que foi pela primeira vez adotada no domingo.
As autoridades justificam a decisão com o objetivo de facilitar os trabalhos de garantia e restabelecimento dos serviços essenciais nas zonas afetadas, incluindo a distribuição de água e alimentos e a reposição total do fornecimento de energia e das telecomunicações.
Quase uma semana após o temporal, a província de Valência, a mais afetada pelas cheias e onde vivem mais de 2,6 milhões de pessoas, continua a ter estradas cortadas ou condicionadas, assim como limitações nas redes do metro e dos comboios suburbanos.
Segundo o último balanço do governo regional, de domingo à tarde, há 12 municípios que continuam sem gás e já foi restabelecido 95% do fornecimento de eletricidade.
O leste de Espanha, em especial a região de Valência, foi atingido na terça-feira por um temporal que causou, provavelmente, as maiores inundações da Europa neste século, disse no sábado o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, que reconheceu haver uma "situação trágica" na região de Valência e anunciou o envio de mais 5000 militares para o terreno e de mais 5.000 elementos das forças de segurança.
Com este reforço, há já mais de 7.000 militares nas zonas afetadas pelas cheias e 10.000 elementos da Polícia Nacional e da Guarda Civil, no maior dispositivo de forças do Estado jamais mobilizado em Espanha em tempos de paz.
Além dos mais de 200 mortos confirmados até agora, dezenas de famílias continuam a procurar pessoas desaparecidas, segundo as autoridades.
Os trabalhos das equipas de resgate estão a concentrar-se agora em garagens e parques de estacionamento que permanecem alagados.
Além das vítimas mortais, o temporal causou danos em infraestruturas de abastecimento, comunicações e transportes.
