O Presidente da República defendeu que Portugal tem de olhar com prioridade para a América Latina, um espaço de crescimento económico. Uma ideia partilhada pelo primeiro-ministro.
Corpo do artigo
No fecho da Cimeira Ibero-Americana, em Cádis, Cavaco Silva e Passos Coelho apresentam-se em Cádis com os discursos alinhados.
«O relacionamento mais forte com os países latino-americanos é para Portugal uma prioridade», afirma Cavaco Silva.
«A América Latina é uma prioridade da nossa política externa», salienta Passos Coelho.
O primeiro-ministro repete a palavra usada pelo Presidente da República e dá-lhe um toque de urgência.
«O aprofundamento da nossa parceria ibero-americana constitui não apenas uma prioridade, mas uma necessidade lógica e consequente. Mais do que nunca temos que nos apoiar mutuamente, concertando posições para melhor defender os nossos interesses comuns.»
O chefe de Estado aponta um caminho para o futuro. «Existe no quadro da comunidade ibero-americana um potencial ao nível do comércio e do investimento que não foi ainda devidamente aproveitado, está nas nossas mãos dar um impulso reforçado.»
Na primeira sessão plenária, Cavaco faz uma intervenção curta e cede tempo a Passos que, mesmo sabendo que, de um lado desta cimeira de Cádis, está uma economia vibrante e do outro uma economia em crise, lança um desafio.
«Julgo que é neste cenário de crise sistémica, num cada vez mais interdependente, que requer maior coordenação de esforços e respostas globais, que a comunidade ibero-americana pode e deve concentrar posições comuns para fazer frente à presente crise mundial com benefícios mútuos.
Sob o olhar atento de Mariano Rajoy, Passos Coelho reclama uma comunidade ibero-americana cada vez mais económica com dois sentidos, é certo, mas que interessa aos chefes de governo de Portugal e Espanha como a nenhum outro nesta cimeira.