Os 27 esperam que, do lado chinês, sejam adotadas medidas ambiciosas em matéria de "alterações climáticas".
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Os líderes europeus voltam esta sexta-feira ao debate sobre as migrações depois de terem falhado um acordo no primeiro dia da cimeira, a propósito da responsabilização de todos os países europeus para lidar com os pedidos de acolhimento.
Mas, como temas centrais da agenda para esta sexta-feira, está prevista uma discussão sobre economia e sobre temas estratégicos na relação com a China.
De acordo com um documento de trabalho consultado pela TSF, a União Europeia promete continuar a colaborar com a China para "enfrentar os desafios globais", mas deixa uma nota relativamente à abordagem dos temas climáticos da parte de Pequim.
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Os 27 esperam que, do lado chinês, sejam adotadas medidas ambiciosas em matéria de "alterações climáticas, biodiversidade, (...) saúde e preparação para pandemias, alívio da dívida e assistência humanitária".
Bruxelas e Pequim partilham o interesse em procurarem uma "relação construtiva e estável", assente no respeito pela ordem internacional baseada em regras.
Espera-se que os 27 reafirmem os três eixos da abordagem relativamente à China: um parceiro, um competidor e um rival sistémico. O Conselho Europeu deverá também apelar à China para pressionar a Rússia para que "ponha fim à guerra de agressão e para a retirada imediata, completa e incondicional do território Ucraniano".
Em matéria de economia, os líderes europeus vão debater medidas para tornar a União Europeia mais independente, como, por exemplo, o acesso a matérias-primas.
Neste contexto, o Conselho Europeu deverá apelar à Comissão e ao Parlamento Europeu para acelerarem os trabalhos sobre as propostas de uma Lei da Indústria Net-Zero e uma Lei das Matérias-Primas Críticas, "com vista a chegar a um acordo antes do final do atual ciclo legislativo", lê-se num esboço das conclusões.
Os 27 deverão ainda deixar um apelo ao avanço dos trabalhos sobre o "desenvolvimento de tecnologias estratégicas e fortalecimento das cadeias de valor".
Ainda no dossiê dos temas económicos, e em matéria de saúde, o Conselho deverá "convidar" a Comissão a propor "uma iniciativa de medidas urgentes para garantir produção e disponibilidade suficientes dos medicamentos".
A proposta deverá abordar também "os componentes mais críticos na Europa e diversificar as cadeias de abastecimento internacionais". Os líderes europeus "convidam os co-legisladores a continuar e acelerar os trabalhos sobre a proposta de reforma da legislação farmacêutica", incluindo em termos de "acesso a medicamentos e a um setor farmacêutico inovador e competitivo".
Os 27 vão voltar ainda ao dossier das migrações, depois de falharem um acordo no primeiro dia da cimeira, por oposição da Polónia e da Hungria, ao pacto para as migrações, que responsabiliza todos os estados membros pelo acolhimento de migrantes. Espera-se que a União Europeia reafirme o "empenho" para combater o tráfico de pessoas.