Na véspera do encontro, o primeiro-ministro, António Costa manifestou-se confiante de que o acordo será alcançado para garantir liquidez à Ucrânia.
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Os chefes de Estado ou de governo da União Europeia reúnem-se esta quinta-feira, em Bruxelas, para debater um acordo de 50 mil milhões de euros para apoio financeiro de longo prazo para a Ucrânia. A discussão ocorre numa altura em que já se admitem soluções alternativas, caso a Hungria mantenha a oposição ao acordo que garantiria liquidez a Kiev funcionar ao longo dos próximos quatro anos.
A discussão vai centrar-se na revisão intercalar do quadro financeiro plurianual, com um conjunto de prioridades que já mereceu o apoio de 26 chefes de Estado ou de Governo na reunião de dezembro: o apoio à Ucrânia, a gestão das migrações, o apoio aos Balcãs Ocidentais e a resposta europeia a catástrofes naturais.
A reunião extraordinária surge como a derradeira oportunidade para tentar um acordo que inclua também a Hungria, que até aqui ameaça vetar a ajuda de 50 mil milhões de euros à Ucrânia. Mas nos corredores de Bruxelas, admite-se a necessidade de um plano alternativo, com 26 Estados-Membros, para garantir uma solução de estabilidade a longo prazo para Kiev.
Na véspera do encontro, o primeiro-ministro, António Costa manifestou-se confiante de que o acordo será alcançado para garantir liquidez à Ucrânia.
“Nós temos que assegurar uma perspetiva estável de financiamento da Ucrânia”, afirmou, lembrando que entre as prioridades está “garantir que todos os Estados-Membros cumprem e respeitam aquilo que são os valores de fundam esta nossa União e todos têm que ser tratados com justiça e de uma forma equitativa, designadamente no Direito, que têm o acesso aos fundos europeus, cumprindo as regras do acesso a esses fundos”.
O primeiro-ministro húngaro tem colocado vários entraves e ameaça bloquear o acordo, alegando que será difícil para a União Europeia seguir o rumo das verbas, a partir do momento em que começarem ser disponibilizadas. Orban está isolado, com todos os outros a considerarem prioritária a ajuda à Ucrânia.
Em Bruxelas, várias fontes garante que “a Ucrânia não será deixada sem apoio”, admitindo que a possibilidade de um acordo a 26, ou seja, sem contar com a Hungria. António Costa acredita que ainda será possível fechar o acordo com todos os Estados-Membros.
António Costa que considera “natural” que existam “divergências” espera “que no Conselho todos se sentem à mesa com um espírito construtivo e que possamos honrar aquilo que sabem que é o fundamental na União Europeia: uma comunidade de valores e é uma comunidade onde a democracia, os direitos humanos, o Estado de direito tem que ser respeitado. Mas é também uma promessa de liberdade e democracia”.
Os Líderes europeu vão também debater como pode ser acelerado o apoio militar à Ucrânia, depois de a União Europeia já ter reconhecido que não vai alcançar o objetivo de entregar até março um milhão de munições.
Na agenda do encontro está também um debate sobre aquilo que o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel classifica como “acontecimentos dramáticos no Médio Oriente, que exigem a máxima atenção” dos 27.
A União Europeia deverá também apelar à libertação, sem quaisquer condições prévias, de todos os reféns detidos pelo Hamas, reiterar a preferência por uma solução de dois estados e a defesa do direito internacional humanitário.