António Guterres debate "desenvolvimento sustentável e estabilidade mundial" com a UE.
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Os chefes de Estado ou de governo da União Europeia reúnem-se esta quinta e sexta-feira, em Bruxelas. O primeiro dia da cimeira conta com a participação do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.
A guerra na Ucrânia é, invariavelmente, um dos tópicos em cima da mesa. Com a presença de Guterres, em Bruxelas, os líderes europeus vão abordar o tema da "segurança alimentar mundial", a propósito do acordo que tem permitido o escoamento de cereais da Ucrânia a partir dos portos no mar negro.
De acordo com fontes europeias, ouvidas pela TSF, a conversa com António Guterres vai também incidir "sobre os objetivos do desenvolvimento sustentável, e sobre a estabilidade mundial".
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Neste ponto, é expectável que o português aborde o tema das sanções europeias à Rússia e à Bielorrússia, podendo alertar para o impacto global do bloqueio à exportação de fertilizantes.
O tema das sanções não deverá, porém, ser negociado ao nível dos chefes de Estado ou de governo, por ser um tópico sensível e mais "difícil de gerar consensos", pelo que o assunto deverá ser remetido para uma discussão a nível técnico.
O site informativo Político cita fontes diplomáticas, para afirmar que "a Lituânia" (...) está a dificultar a obtenção de um acordo, que permitisse a exportação de fertilizantes da Bielorrússia, sancionados desde 2021, na sequência do desvio do voo da Ryanair, para a detenção de ativista opositor do Presidente Lukashenco".
A Lituânia é acompanhada pela Polónia e pelos seus vizinhos do Báltico, que defendem as sanções como forma de pressão à Rússia e à Bielorrússia, para pôr termo à guerra na Ucrânia. Diplomatas próximos deste grupo de países opositores do alívio de sanções à Bielorrússia admitem que a vinda do secretário-geral das Nações Unidas a Bruxelas tem mais a ver com o objetivo "apaziguar" a ONU, e menos com a segurança alimentar.
Está também prevista uma conversa sobre o tema da energia, numa altura em que a União Europeia procura concretizar estratégias para lidar com os preços elevados da eletricidade. As migrações também integram a lista de tópicos no debate com o secretário-geral das Nações Unidas.
A anteceder a cimeira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, contactou cada um dos líderes dos Estados-membros, através de uma carta, na qual defende o reforço do controlo nas fronteiras externas da União Europeia.
Von der Leyen salienta que as travessias ilegais para a União Europeia aumentaram 77% no ano passado. Agora que vê o tema debatido entre os 27, afirma que já disponibilizou 600 milhões de euros e garante que o executivo que lidera está preparado para agir para prevenir "as migrações irregulares".
* Notícia atualizada às 06h40