O Conselho Nacional de Transição ainda não representa o poder "legítimo" na Líbia dado que os combates prosseguem no país, afirmou o Presidente sul-africano, Jacob Zuma, falando em nome da União Africana.
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A organização apelou à formação na Líbia de «um governo de transição que inclua todas as partes», podendo este ocupar um lugar na União Africana, refere o comunicado divulgado no final de uma mini-cimeira, sem mencionar o Conselho Nacional de Transição (CNT).
«O CNT está a assumir o controlo de Tripoli e eles dizem que conquistaram a cidade, mas ainda há combates», apontou Zuma, em declarações aos jornalistas após a reunião da União Africana (UA).
«Os combates prosseguem, há pessoas a morrer, são combates violentos e isso mostra a fluidez da situação», insistiu o Presidente sul-africano.
Zuma considerou que as capitais africanas que já reconheceram o CNT «o fizeram com base na soberania própria».
Mas «a UA está unida na posição que acabamos de apresentar», adiantou.
Durante os seis meses de conflito líbio, a UA tentou fazer a mediação entre os rebeldes do CNT e o regime de Muammar Kadhafi, mas os primeiros rejeitaram colocando como condição prévia a saída do poder do "guia" da revolução líbia.
Entretanto, esta sexta-feira foi um dia mais calmo em Tripoli, sendo que, por exemplo, já houve pão fresco, contou à TSF Tiago Setil, um português que vive na capital líbia.
Pessoas que até há pouco tempo não comentavam passaram a comentar, com alguma liberdade», disse, acrescentando que «muita gente que sofreu na pele» pede justiça. «Talvez agora a questão de como gerir a próxima fase da Líbia seja o mais importante», comentou.