Na manifestação que decorreu, este sábado, em Paris, estiveram mais três pessoas e os protestos juntaram em todo o país 66 mil coletes amarelos. É o quinto dia de protestos e, apesar do dia ter começado calmamente, registaram-se tensões entre a polícia e manifestantes durante a tarde.
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Mais de três mil pessoas manifestaram-se esta tarde nas ruas de Paris. O movimento dos coletes amarelos enfrentou oito mil agentes de polícia espalhados pelas ruas da capital francesa e em vários pontos da cidade também se viram 14 carros blindados, uma estratégia adotada na semana passada para enfrentar os milhares de manifestantes para nāo os deixar formar concentrações e sobretudo para agir rapidamente.
Apesar de os números avançados pelas autoridades serem, este sábado, inferiores às semanas anteriores, os coletes amarelos alertaram para o facto de nāo haver apenas manifestantes na Avenida dos Campos Elísios: "Não devem contar as pessoas que estão nos Campos Elísios, há muitos mais aqui à volta. Estamos aqui para sermos ouvidos. Levamos com gás lacrimogéneo, nāo temos prazer nisso, mas deve fazer parte do sistema anti-revolução".
Os manifestantes voltaram a sair às ruas para serem ouvidos. Foi o caso de um dos manifestantes ouvidos pela TSF e que já soma três participações. "Manifesto pelas reformas e os aumentos que alegadamente deviam parar, mas que continuam acho", recorda.
Durante a tarde muitos manifestantes ficaram bloqueados durante várias horas nos Campos Elísios sem se poderem juntar num só ponto de encontro, como explicava outra esta manifestante: "Há pessoas na Ópera estão bloqueados na Bastilha, na Praça da República e nas estações de comboios, na Gare de Lest, Gare du Nord, Saint-Lazare, nas grandes estações de comboios de onde vêm as pessoas de fora... estão todos bloqueados".
Houve ainda quem falasse em repressão: "Vejo isto como repressão para que nos calemos e nāo termos direito à palavra", afirmou um manifestante que vive na região parisiense.
Ao longo da tarde na Avenida dos Campos Elísios, na Ópera de Paris ou ainda na Praça da República ecoaram palavras de ordem contra o Presidente francês: "Macron Démission". Apesar das medidas anunciadas pelo chefe de Estado, entre elas, o aumento de 100 euros no salário mínimo, os coletes amarelos garantem que vão continuar a sair para as ruas nos próximos sábados.