O acordo está assinado. O Governo da Colômbia e a guerrilha das FARC puseram fim a mais de meio século de conflito armado.
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O Presidente colombiano, Juan Manuel Santos, e Rodrigo Londoño, chefe das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC, marxistas), mais conhecido pelo nome de guerra "Timoleon Jimenez" ou "Timochenko", assinaram este acordo de 297 páginas numa cerimonial solene em Cartagena das Índias (norte).
O acordo foi conseguido ao fim de quase quatro anos de diálogos entre o Governo e as FARC em Havana e foi assinado perante mais de 2.500 convidados, incluindo 15 presidentes.
União Europeia suspende as FARC da lista de organizações terroristas
A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini diz em comunicado que "esta decisão será efetiva após a assinatura do acordo de paz", em Cartagena (norte da Colômbia), disse Federica Mogherini, em comunicado.
As FARC não vão ser definitivamente retiradas da lista, criada após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 em Nova Iorque, mas esta suspensão permite levantar provisoriamente as sanções relacionadas com a presença das FARC na lista (congelamento de bens, proibição de dispor de fundos).
"Isto vai permitir-nos apoiar o programa após-conflito, benéfico para o povo colombiano", sublinhou Mogherini, numa intervenção difundida na rede social de partilha de vídeos YouTube pelo Serviço Europeu de Ação Externa (SEAE), o serviço diplomático da UE.
"Estamos prestes a lançar um pacote de ajuda, incluindo um fundo de 600 milhões de euros, com a contribuição ativa de vários dos nossos Estados-membros", indicou, no comunicado.
Na UE, 27 países já forneceram a sua aprovação, com a Eslováquia a reservar o seu acordo apenas após a assinatura oficial, por "motivos simbólicos". A suspensão das sanções vai prolongar-se por seis meses e será reexaminada no decurso desse período, acrescentaram as mesmas fontes.
Em 2002, a UE incluiu a guerrilha colombiana, em guerra contra o Governo desde 1964, na sua lista de organizações terroristas. Os países europeus congelaram de seguida todos os fundos e bens financeiros dos membros das FARC. OS EUA também continuam a manter a guerrilha marxista na sua lista de organizações terroristas.