Este sábado cumpre-se o dia de reflexão antes das eleições de domingo, já consideradas as mais imprevisíveis dos últimos anos em Espanha.
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Espanha vive este sábado o dia de reflexão eleitoral antes das eleições mais imprevisíveis do últimos anos. Com 40% de indecisos, será o que estes votantes resolvam fazer amanhã a decidir o resultado das urnas. Os socialistas parecem ter a vitória assegurada, mas a formação de governo, depende dos números conseguidos à esquerda e à direita.
De tal forma que, pela primeira vez na história da democracia espanhola, um partido de extrema-direita pode entrar no Governo. O Vox teria, segundo as sondagens, entre 27 e 32 deputados mas a forma como tem abarrotado os comícios eleitorais por todo o país faz pensar que poderiam ser ainda mais. Nas últimas horas, o líder do Partido Popular, Pablo Casado, abriu a porta definitivamente, a um Governo de coligação à direita onde Ciudadanos e Vox seriam fundamentais.
"Se ganhar as eleições no próximo domingo falarei com o Ciudadanos e revalidaremos com o Vox esse acordo que tivemos na Andaluzia", anunciou Pablo Casado.
Perante este cenário, Pedro Sánchez, do PSOE centrou o discurso em pedir, pela primeira vez na campanha, o voto útil nos socialistas, e impedir assim que a extrema-direita chegue ao poder. "Ninguém pensava que o Trump ia ser o presidente dos Estados o Unidos e é, Ninguém pensava que o Bolsonaro ia ser presidente do Brasil e é, ninguém pensava que na Andaluzia a direita ia governar com a extrema-direita e aconteceu. A fronteira entre que Espanha olhe para o futuro ou retroceda 40 anos está no voto e está no voto ao partido socialista", defendeu Pedro Sànchez.
Depois dos debates eleitorais, onde Pablo Iglesias foi o que mais se destacou pelas suas propostas, o Podemos subiu na intenção de voto e conseguiu voltar a mobilizar os seus eleitores. Será o seu resultado a decidir a formação de um governo à esquerda, sem necessidade de pactos com os independentistas catalães.
"Por isso o voto a Unidas Podemos vale o dobro: vale para travar a direita e vale para garantir que há um governo progressista, com políticas progressistas", avançou Inglesias
Numa eleições marcadas pela polarização, os espanhóis votam este domingo divididos entre os que temem a extrema-direita e os que pensam que o Vox é o único partido capaz de garantir a unidade do país.