Em Macau há uma série de atividades económicas, que, de um dia para o outro, pararam, por serem bastante dependentes da indústria do jogo. Mas o Governo aproveitou as ruas vazias para fazer intervenções de que a via pública precisava.
Corpo do artigo
"A cidade está deserta." O verso da canção aplica-se a toda a região de Macau, com exceção de uma nota dissonante: a azáfama de obras públicas nas ruas.
Com a diminuição das visitas à terra do jogo e a quarentena forçada, a via pública está quase vazia, mas o Governo tem aproveitado a oportunidade para avançar com as reparações necessárias. O conselheiro da comunidade portuguesa na região, José Pereira Coutinho, conta à TSF que o Executivo "aproveitou o facto de não haver tanta circulação de viaturas para fazer obras nas estradas, canalizações e renovação de cabos".
TSF\audio\2020\02\noticias\21\jose_pereira_coutinho_1_obras_publicas
Trata-se de rentabilizar o tempo e os recursos humanos, explica José Pereira Coutinho. É uma "forma de permitir que as empresas que se dedicam às empreitadas de construção pública continuem a ter os seus operários a trabalhar e a ter rendimentos".
A ausência dos turistas é ainda assim sentida, em especial no impacto económico. Todos os anos Macau recebe 50 milhões de viajantes. O travão no turismo deixou muitas famílias em dificuldade.
TSF\audio\2020\02\noticias\21\jose_pereira_coutinho_3_casinos
Os casinos "estão praticamente às moscas, com exceção de alguns jogadores avulsos provenientes de Hong Kong" e José Pereira Coutinho explica que há "uma série encadeada de atividades económicas, que, de um dia para o outro, pararam, por serem bastante dependentes da indústria do jogo e atividades económicas que estão relacionadas com o turismo".
Os taxistas pediram apoio ao Governo, mas não são caso isolado. "Hoje acompanhei um grupo de condutores de táxis, que representam cerca de 300 famílias. Não trabalham há cerca de um mês, porque não há turistas." Não há turistas, não há entrada de dinheiro, e muitos veem-se "com dificuldades em pagar as despesas fixas, amortizações aos bancos".
TSF\audio\2020\02\noticias\21\jose_pereira_coutinho_2_taxistas_e_outros
O conselheiro da comunidade portuguesa em Macau tem visto "várias atividades afetadas, como salões de beleza, centros de explicações..."
Mas espera-se que as obras, tão "necessárias" para a região, estejam concluídas quando a população abandonar a condição de isolamento. Macau prepara-se para voltar a ter pessoas nas ruas.