Em declarações à TSF, Jennifer Robinson, representante legal do fundador do Wikileaks, não esconde a preocupação com o receio de ver Assange ser extradito para os Estados Unidos.
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Julian Assange pode abandonar a embaixada do Equador em Londres nos próximos dias. Os governos do Reino Unido e do Equador estão em conversações, confirmou esta sexta-feira o executivo britânico.
O fundador do Wikileaks vive na capital britânica desde 2012, altura em que estava a ser acusado pelas autoridades suecas por suspeitas de um crime de assédio sexual.
As acusações foram no entanto retiradas mas Assange manteve-se na embaixada equatoriana por receio de ser extraditado para os Estados Unidos, que o acusam de divulgar milhares de documentos confidenciais através do Wikileaks.
Em entrevista à TSF, a advogada de Assange revela que com Trump na Casa Branca, "o perigo de extradição para os EUA aumento."
"Mike Popmpeo, antigo diretora da CIA, é agora Secretário de Estado, já disse que processar o Wikileaks é uma prioridade. Disse que o Wikileaks não beneficiaria da proteção da Primeira Emenda Constitucional, o que não deixa de ser uma declaração muito clara. O Procurador-Geral também disse que era uma prioridade processá-lo", disse a advogada Jennifer Robinson.
Durante esta conversa com o jornalista Ricardo Alexandre no programa O Estado do Sítio, a representante legal explicou que o sueco perdeu vários direitos nos últimos anos.
"Ele está basicamente na prisão. Pior do que se estivesse na prisão. Porque se estás na prisão, tens uma hora diária de exercício ao ar livre. E o governo britânico recusa deixá-lo sair para fazer exercício. E recusa deixá-lo receber tratamento médico", acusou Jennifer Robinson, acrescentando que fez um apelo às Nações Unidas por que "o seu direito à assistência médica não está a ser respeitado pelo governo britânico."
A advogada mostra-se ainda pouco confiante na saída do seu cliente em liberdade da embaixada do Equador em Londres.
"As autoridades britânicas deixaram claro que ele será preso com o argumento de que ele violou a liberdade condicional ao procurar asilo na embaixada e pedir asilo político. Ele está disposto a enfrentar essa acusação, que no máximo lhe daria três meses de prisão, que ele já cumpriu aliás, quando esteve detido durante os procedimentos de extradição," explicou.
Por outro lado, Julian Assange enfrenta agora a oposição do presidente do Equador, Linin Moreno, que disse esta sexta-feira em Madrid "que nunca foi a favor" das atividades de Julin Assange, fundador do Wikileaks.
O presidente equatoriano já se tinha referido ao fundador do portal Wikileaks como "uma pedra no sapato."