Após a descoberta de documentos que revelam que os dois países foram cúmplices da tortura a que foi submetido pelo regime líbio, o comandante militar de Tripoli exigiu um pedido de desculpas.
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Documentos encontrados nos arquivos dos serviços de informações do regime de Kadhafi pela organização de defesa dos direitos humanos, Human Rights Watch, descrevem a captura de Abdel Hakim Belhaj, opositor do regime, e da sua mulher grávida, pela CIA em Banguecoque, na Tailândia, em 2004, e a sua entrega às autoridades líbias.
Durante sete anos, Belhai ficou detido na prisão Abu Selim, em Tripoli, onde alega ter sido interrogado por membros dos serviços secretos britânicos e alvo de tortura.
«O que me fizeram foi ilegal e merece um pedido de desculpas», afirmou em declarações à BBC.
Abdel Hakim Belhaj disse ao jornal britânico The Guardian que planeia processar os governos de Londres e Washington pela sua captura em Banguecoque.
«Injectaram-me algo, penduraram-me numa parede pelos braços e pernas e colocaram-me num contentor com gelo», explicou o actual comandante militar de Tripoli, cidade controlada pelos rebeldes, ao acrescentar que na prisão da capital líbia não o deixavam dormir e foi «torturado regularmente».
«Estou surpreendido com o envolvimento dos britânicos naquele que foi um período tão difícil da minha vida», salientou ao garantir que estas revelações não impedirão que a nova Líbia «tenha relações normais com os EUA e Reino Unido».