A convicção é do responsável das Nações Unidas para a epidemia, que termina agora a missão de três meses na África ocidental. Depois de visitar os países mais afetados pelo vírus, Anthony Banbury fez um balanço dos últimos meses, apontando progressos significativos.
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Há cada vez mais camas de isolamento. Há equipas para tratar os doentes e outras para garantir a segurança dos funerais. Em três meses os progressos estão à vista, garante o responsável da ONU para o vírus Ébola, que esteve na África ocidental desde Setembro.
Anthony Banbury, que assumiu o cargo quando a Missão das Nações Unidas para o Combate ao Ébola (UNMEER) foi criada, em setembro, deixa este sábado Accra, a capital do Gana, onde fica a sede da organização, para ceder o lugar ao mauritano Ismail Ould Cheikh Ahmed.
Com o fim da missão, Anthony Banbury visitou a Libéria, Guiné Conacri e a Serra Leoa, e faz um balanço positivo do trabalho realizado nos últimos 90 dias. Aquele responsável acredita que a epidemia estará terminada no final do ano, mas avisa que o caminho ainda é longo e difícil.
«Penso que a mobilização deu os seus frutos, mas temos ainda um longo caminho a percorrer (...) trata-se de um combate muito difícil e não sabemos o que o futuro nos reserva», declarou em conferência de imprensa em Accra.
«O que me preocupa, acima de tudo, é saber quando vamos atingir números mais baixos - o que deverá acontecer já em 2015, estou convencido disso... Mas, com um caso aqui e mais dois acolá, continua a ser uma ameaça preocupante para qualquer comunidade em qualquer país», sublinhou, instando a comunidade internacional a não desviar a atenção do Ébola até que a epidemia esteja completamente ultrapassada.
O responsável da ONU confirma que a doença já matou quase 8 mil pessoas e outras 20 mil terão sido infectadas. Há três meses, a previsão era que a doença atingiria quase um milhão e meio de pessoas.
Anthony Banbury lembra, no entanto, que não se pode descurar a vigilância e o envolvimento das comunidades locais.
A UNMEER foi criada para coordenar a luta contra a doença nos três países mais atingidos (Libéria, Serra Leoa, e Guiné-Conacri). Foi a primeira missão da ONU no terreno especificamente destinada a controlar uma crise de saúde pública.
A epidemia de febre hemorrágica Ébola na África Ocidental fez já 7890 mortos, num total de 20.171 casos registados nos três países mais afetados, segundo o mais recente balanço da Organização Mundial de Saúde, divulgado a 28 de dezembro.