Jean-Claude Juncker reafirma que as regras são para cumprir, independentemente do poder e da dimensão de cada país. O cenário é, ainda, a hipótese de sanções por défice excessivo.
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O presidente do Eurogrupo acusou o líder da Comissão Europeia de atingir a credibilidade da própria Comissão, ao afirmar que a França não sofreu sanções por défice excessivo "porque é a França".
Em causa também as críticas do gabinete jurídico que presta apoio ao Conselho Europeu que, num parecer hoje divulgado, considera ilegal a decisão de adiar a decisão sobre as sanções a Portugal e a Espanha.
No habitual "briefing" diário com os jornalistas em Bruxelas, o porta-voz da Comissão Europeia improvisar um comentário sobre o parecer do Conselho Jurídico do Conselho Europeu. Margaritis Schinas garante que Bruxelas se limitou a cumprir os procedimentos legais, quando adiou a decisão.
"A Comissão agiu no contexto das regras jurídicas que orienta a governação económica europeia". Nesse sentido, houve "orientações precisas sobre a política orçamental de Espanha e de Portugal (...) a 18 de maio". E, nessa altura, "fomos muito claros: voltaremos a esta questão no início de julho".
Quanto às criticas que o presidente do Eurogrupo dirigiu hoje ao presidente da Comissão, acusando-o de tratamento discricionário dos Estados-Membros em função da dimensão, o porta-voz repete que o presidente agiu dentro das normas.
Para a Comissão, fica, assim, garantido que "todas as especificidades têm em conta todas as situações, enquanto garantem um tratamento igualitário"
Juncker rejeita as criticas do presidente do Eurogrupo: "(...) a Comissão não faz qualquer distinção entre pequenos e grandes Estados-Membros. Algo que é particularmente óbvio para alguém que foi primeiro-ministro do Luxemburgo".
O porta-voz escusou-se a dizer se Juncker e Dijsselbloem já falaram depois das acusações, limitando-se a dizer que o contacto entre ambos é permanente.