A Comissão Europeia reiterou hoje que pretende que a Grécia permaneça na zona euro, posição que é também defendida pelo Eurogrupo, lembrou hoje um porta-voz do executivo comunitário em Bruxelas.
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Olivier Bailly respondia à imprensa na conferência de imprensa diária da Comissão Europeia, num dia marcado pela divulgação de uma entrevista da comissária europeia responsável pelas novas tecnologias, Neelies Kroes, que disse a um jornal holandês que uma eventual saída da Grécia da União Europeia (UE) «não é um drama».
Neelies Kroes não disse que a saída da Grécia da UE seria um «cenário provável», rebateu Olivier Bailly, para quem a comissária «disse simplesmente que euro é moeda forte».
«Estamos plenamente confiantes que o euro sobreviverá a esta tempestade e sairá mais forte da crise», declarou o porta-voz da «Comissão Barroso».
«Não há nenhuma perda de vida se alguém sair da zona euro», avisou Neelie Kroes, vice-presidente da Comissão Europeia e responsável pela Agenda Digital, em entrevista publicada hoje no jornal holandês De Volkskrant.
A comissária diz que a responsabilidade para evitar a saída da Grécia da moeda única está do lado das autoridades no país, que têm de demonstrar «provas de boa vontade» de que querem permanecer no espaço monetário único da UE.
As negociações finais entre o primeiro-ministro grego, Lucas Papademos, e os partidos políticos para a aprovação de um segundo plano de resgate coincidem hoje com uma greve geral na Grécia, em protesto contra as novas medidas de austeridade.
O chefe do executivo helénico -- de perfil tecnocrático e que lidera desde 11 de novembro um Governo de "unidade nacional" que inclui os socialistas do PASOK, os conservadores da Nova Democracia (ND) e a direita radical LAOS -- tem-se desdobrado nas últimas três semanas em intensas reuniões com os representantes dos credores privados e com a "troika" internacional.
O objetivo da dupla negociação consiste na celebração de acordos complementares, para um "perdão" de 100 mil milhões de dívida pública grega, assumidos por credores privados com destaque para a banca, a par da concessão de um novo empréstimo de 130 mil milhões de euros pela "troika" internacional (FMI, União Europeia e Banco central europeu), que inclui novas medidas de austeridade.