Comissão papal contra pedofilia quer que Vaticano responda às vítimas.
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A comissão papal de luta contra a pedofilia pediu ao Vaticano que responda de forma personalizada e "com compaixão" a cada uma das muitas queixas enviadas à Santa Sé por vítimas de abusos sexuais.
A recomendação do grupo de peritos foi feita no final da 8.ª reunião, no fim-de-semana, a primeira sem a irlandesa Marie Collins, representante das vítimas e que "bateu com a porta" no início de março denunciando a "vergonhosa" falta de cooperação dentro do Vaticano.
"A comissão discutiu a importância de responder diretamente e com compaixão às vítimas/sobreviventes quando elas escrevem aos escritórios da Santa Sé", disseram os membros num comunicado tornado hoje público.
Essa forma de tratar as mensagens que chegam, dizem, dá maior transparência e ajuda no processo de cicatrização das feridas, ainda que - reconhecem - seja um trabalho considerável, tendo em conta o volume e a natureza da correspondência.
A comissão já tinha recomendado ao papa que o Vaticano ganhasse o hábito de escrever às vítimas, mas o dicastério (departamento) responsável pela questão dos padres pedófilos tinha-se oposto.
Esta "atenção pastoral" é um dever dos bispos, diz-se no comunicado.
Marie Collins tinha justificado a sua saída do grupo pela recusa do dicastério em seguir uma recomendação assinada pelo papa, sem explicar qual.