Estados Unidos, Alemanha, França, Venezuela. São alguns dos países onde o máximos responsáveis políticos vieram apelar à calma na Turquia.
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O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo defende que a tentativa de golpe de Estado na Turquia, aparentemente já abortada, aumenta a ameaça à estabilidade na região. Num comunicado, a diplomacia da Rússia afirma-se "bastante preocupada" com os recentes desenvolvimentos na Turquia.
"O inflamar da situação política doméstica contra as secretas ameaças terroristas na Turquia e o conflito armado na região aumenta o risco à estabilidade regional e internacional", sublinha-se no documento.
Esta sexta-feira, em Moscovo, o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, apelou a que se evitem "confrontos mortais" na Turquia, salientando que os problemas devem ser resolvidos respeitando a Constituição.
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, afirmou que a forma como a Turquia sair da tentativa de golpe de Estado, que o governo diz ter fracassado, determinará o futuro das relações com Brxuelas.
"A pergunta chave é como sairá a Turquia desta crise e enfrenta as consequências, algo que será crucial não apenas para o país, mas para toda a região e para as suas relações com a União Europeia", disse, em conferência de imprensa, no final da cimeira do Encontro Ásia-Europa (ASEM), que terminou hoje em Ulan Bator, capital da Mongólia.
Tusk assegurou que agora "é demasiado cedo para especular sobre as consequências" da tentativa de golpe, já que continua a haver desenvolvimentos no país. "A situação parece estar sob controlo em Istambul, mas ainda está longe de estar estabilizada", observou.
O líder europeu sublinhou que "os desafios da Turquia não podem solucionar-se com as armas". "Os golpes militares já não têm lugar numa Turquia moderna. Não há alternativa à democracia e ao Estado de Direito", frisou.
"A nossa esperança e intenção é manter a Turquia como um parceiro-chave em todas as suas dimensões", acrescentou.
O apelo da União Europeia de um "rápido regresso à ordem constitucional na Turquia", é assinado em conjunto pelo num comunicado do presidente do Conselho, Donald Tusk, do da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e da chefe da diplomacia, Federica Mogherini.
"Continuamos a acompanhar de perto os desenvolvimentos em coordenação com os 28 estados-membros da UE" face à tentativa de golpe de Estado na Turquia, escreveram os dirigentes europeus, a partir da Mongólia, onde participam numa cimeira entre a UE e os países asiáticos.
"A Turquia é um parceiro-chave da União Europeia. A UE apoia completamente o Governo eleito democraticamente, as instituições do país e o Estado de Direito", diz a declaração conjunta.
Na sua conta na rede social Twitter, Federica Mogherini já tinha apelado à contenção e ao respeito para com as instituições democráticas.
Por sua vez, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, pediu calma e moderação e respeito pelas instituições democráticas e constitucionais na Turquia, onde está em curso uma tentativa de golpe de Estado.
"A Turquia é um valioso aliado da NATO", afirmou o líder da Aliança Atlântica num comunicado.
Jens Stoltenberg apelou "à calma e contenção, e ao respeito total pelas instituições democráticas da Turquia e a sua constituição", declarou.
O secretário-geral da NATO garantiu estar a acompanhar "de perto e com preocupação" a situação na Turquia, durante a qual já morreram 17 polícias e várias pessoas foram feridas a tiro por soldados quando se manifestavam contra a tentativa de golpe.
Stoltenberg revelou ter estado ao telefone com o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Mevlut Cavusoglu.
Líderes mundiais como o Presidente norte-americano, Barack Obama, e a chanceler alemã, Angela Merkel, fizeram apelos semelhantes, apelando ao respeito pelo governo democraticamente eleito.
A França pede respeito pela "ordem democrática" na Turquia, após a tentativa de golpe de Estado posta em marcha na sexta-feira, e Espanha manifestou o seu apoio à "democracia constitucional" do país "amigo e aliado".
O Ministério dos Negócios Estrangeiros de França "apela a que se evite a violência e se respeite a ordem democrática", declarou a diplomacia francesa em comunicado, no qual se refere ainda que Paris segue "com grande preocupação a situação na Turquia".
O presidente do governo espanhol em funções, Mariano Rajoy, também manifestou, na última noite, o apoio de Espanha à democracia constitucional na Turquia, numa mensagem publicada na rede social Twitter.
"Espanha apoia a ordem constitucional democrática na Turquia, país amigo e aliado", escreveu.
Também a Venezuela condenou hoje a tentativa de golpe militar na Turquia e apelou a que sejam preservadas as instituições legítimas e constitucionais.
"A República Bolivariana da Venezuela condena a tentativa de deposição violenta, em curso, do Presidente legítimo da República da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, mediante a violência militar", afirma, num comunicado, o Ministério de Relações Exteriores (MRE) da Venezuela.
Para o Governo da Venezuela, a tentativa de golpe de Estado "desconhece a vontade e a vocação democrática do povo turco".
"O Governo venezuelano apela à preservação das instituições legítimas e constitucionais da República da Turquia e faz votos pela resolução pacífica das divergências políticas no quadro do respeito pelas leis e a Constituição desse país", lê-se no texto.