Em França, o aumento dos preços da electricidade e da alimentação está a ter um forte impacto no consumo dos franceses, em vésperas de Natal. Trinta por cento dos jovens franceses não vão festejar o natal por motivos económicos.
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Face à inflação, 83% dos franceses consideram que o aumento dos preços tem um impacto directo nas compras de Natal.
Nas ruas da capital, em Paris, muitos procuram presentes a preços razoáveis.
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"Perdeu-se uma certa magia. Vou preparar pequenos envelopes, fazer presentes mais pequenos, não podemos dar às nossas filhas o que elas gostariam", lamenta à TSF esta mãe.
O impacto da inflação é ainda maior para os mais jovens.
"É complicado porque tudo é cada vez mais caro. Não conseguimos encontrar presentes a preços baixos", explica Edith, de 19 anos. Por sua vez, Carrie afirma que este ano não vai poder oferecer muitos presentes "porque tudo está demasiado caro".
Segundo uma pesquisa da Toluna Harris Interactive, 30% dos jovens franceses entre 18 e 34 não vão festejar o Natal, por motivos económicos.
Este ano, nos supermercados os descontos começaram mais cedo, antes do Natal. Jaqueline tenta comprar tudo o que pode em desconto, "comprei chocolates em promoção. Não costumamos ter descontos a esta altura do ano".
E apesar de se sentir a inflação, Eva tem-se apercebido que há "mais promoções interessantes, apesar de sentirmos na mesma o aumento dos preços". Ainda assim os descontos não chegam, lamenta Thierry uma vez que "a vida está cada vez mais cara".
Em França, os supermercados costumam começar os descontos depois do dia 26 de dezembro, uma vez que a noite de Natal passou, para liquidar os stocks.
A falta de poder de compra está na origem da antecipação das promoções, justificam os economistas.
"Este é realmente um sinal de que as vendas não estão a correr bem. Em comparação com o ano passado, no mesmo período, deveriam ter vendido mais produtos. Toda a gente tem muito medo de não liquidar os stocks, por isso fazem-se descontos. As pessoas pensam: se o meu vizinho está a comprar coisas em promoção, devo comprar também. Temos um aumento da inflação de 20 por cento em comparação de há dois anos para cá: os consumidores vão comprar menos", explica a economista Pascale Hebel.
O orçamento médio das famílias para as refeições de Natal é de 120 euros, sete euros a menos do que o ano passado. O orçamento para presentes desce para 332 euros: 22 euros a menos, em comparação com o ano passado, de acordo com um inquérito da CSA para a Cofidis.