Conceito estratégico, relações com a Rússia e Afeganistão são temas centrais da Cimeira
Há três questões que vão marcar os dois dias da Cimeira da NATO, que começa esta sexta-feira, em Lisboa, sob alta segurança: o novo conceito estratégico, as relações com a Rússia, e a guerra no Afeganistão.
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O tema central, de uma forma ou de outra, há-de ser justamente o Afeganistão: a NATO é uma aliança militar e está envolvida numa guerra que não lhe está a correr de feição.
Não deixa, de resto, de ser significativo que o primeiro Chefe de Estado a chegar a Lisboa tenha sido precisamente Hamid Karzai, o presidente afegão.
Além do Afeganistão, as relações com a Rússia são outro dos tópico em destaque. A NATO nasceu e desenvolveu-se como uma aliança contra o Pacto de Varsóvia, dirigido a partir de Moscovo e as relações com o Kremlin (mesmo depois de terminada a Guerra Fria) têm sido de desconfiança mútua.
Esta cimeira pode, assim, ser um marco para ultrapassar essa desconfiança. Pelo menos, a vinda a Lisboa, este sábado, do presidente russo é um passo importante nesse sentido.
O terceiro tema a destacar nesta reunião é a definição do novo conceito estratégico da Aliança. Trata-se de definir quem é hoje o inimigo da NATO, agora que a Rússia passou de inimigo a parceiro.
No meio disto tudo há muitas nuances diplomáticas, muitas negociações de bastidores e muitos jogos de influência.
Do ponto de vista português, a questão central reside em saber se Portugal vai conseguir ou não manter o comando regional da Aliança Atlântica em Oeiras.