Condenado a 520 anos de prisão, ex-chefe da secreta de Pinochet morre aos 86 anos
O antigo chefe da temida polícia secreta da ditadura de Augusto Pinochet, no Chile, morreu esta sexta-feira. Manuel Contreras cumpria 520 anos de prisão por crimes contra a humanidade. Nas ruas de Santiago do Chile celebrou-se a sua morte.
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Contreras ainda tinha mais de 500 anos para passar na prisão mas, a julgar pelos festejos, os opositores e os familiares das vítimas do regime de Pinochet não se importaram que a pena não seja cumprida na totalidade. À porta do hospital onde o antigo general estava internado, houve festa assim que a morte foi oficialmente confirmada.
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Contreras, de 86 anos, tinha dado entrada num hospital militar da capital chilena, ele apresentava um quadro de hipertensão, sequelas de trombose, diabetes e os efeitos de um cancro no cólon. "A morte ocorreu esta [sexta-feira à] noite, por volta das 22h30 no Hospital Militar de Santiago, onde estava internado" anunciou em comunicado polícia prisional.
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Uma vez conhecida a morte do antigo diretor da Direção Nacional de Inteligência (DINA), a polícia mais temida no Chile durante a ditadura de Pinochet, dezenas de pessoas reuniram-se em frente ao hospital para gritar: "assassino, assassino, assassino!". Algumas continuam a levar cartazes e a perguntar às autoridades "donde estan?", onde estão os seus familiares desaparecidos durante o regime.
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O general aposentado foi um dos responsáveis pela Operação Condor, que entre 1974 e 1978 decapitou os partidos que apoiaram o deposto presidente Salvador Allende. Cerca de 400 crimes foram até o momento atribuídos à DINA, incluindo sequestro e assassinato, alguns dos quais em solo estrangeiro.