No Egito é ainda visível esta manhã a tensão no centro da capital, depois dos violentos confrontos que se estenderam pela madrugada e a várias cidades. Há 30 mortos e mais de 400 feridos.
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A agência France Presse conta que nas ruas do Cairo permanecem as forças anti-motim e que em quase todos os cruzamentos há ainda vigilância policial.
Na Universidade do Cairo continuam barricadas várias pessoas ligadas à Irmandade Muçulmana, que apoia o presidente deposto Mohamed Morsi.
Os manifestantes permanecem sob o olhar atento das forças de segurança. As ruas mostram também os vestigios da violência, muitos pneus queimados, pedras soltas, vidros partidos.
O acesso à praça Tahir continua controlado pelos apoiantes do general Abdel Fatah al Sissi. Na praça estão concentradas algumas centenas de pessoas mas a France Presse sublinha que o ambiente está calmo.
Entretanto, o secretário-geral da ONU pediu aos egípcios para evitarem uma «política de represálias».
A resolução da crise no país implica que não haja «represálias nem exclusão de partidos ou comunidades», afirmou Ban Ki-moon, citado por um porta-voz, Farhan Haq.
O secretário-geral da ONU segue com «inquietação crescente os últimos desenvolvimentos da crise no Egito», incluindo «informações preocupantes» sobre os limites à liberdade de expressão e confrontos sangrentos entre manifestantes. «Há informações horríveis sobre violência sexual», afirmou.
O secretário-geral da ONU apelou às forças de segurança egípcias para «protegerem os manifestantes e impedirem a violência» e defendeu que as manifestações devem ser pacíficas.
Segundo o porta-voz, Ban Ki-moon considera que o Egito vive atualmente «um momento crucial» e deve regressar, serenamente, a um governo civil e democrático.
«Os dirigentes políticos egípcios têm a responsabilidade, por palavras e atos, de mostrarem o seu compromisso num diálogo pacífico e democrático, que tenha em conta todos os eleitores do país, incluindo as mulheres», declarou.