Depois de conhecida a decisão do Tribunal, a zona sul da "Selva" de Calais começou a ser demolida esta segunda-feira. Confrontos entre moradores do campo e autoridades fizeram pelo menos cinco feridos.
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Cinco polícias ligeiramente feridos e quatro detenções de manifestantes é, para já, o balanço da operação de desmantelamento da parte sul do acampamento de migrantes clandestinos de Calais, conhecido com "a Selva".
A polícia de intervenção francesa estabelece desde cedo um cordão de segurança aos 20 trabalhadores de uma empresa municipal que segunda-feira pela manhã começaram a desmantelar as casas improvisadas.
Durante a tarde, 150 ativistas da organização No Borders, que garante apoio aos imigrantes, armaram-se com pedras e barras de ferro, numa posição de afrontamento à polícia. As autoridades lançaram granadas de gás lacrimogéneo. Foi nesse momento que se registaram as detenções e os ferimentos.
A ordem para destruir este bairro de lata, que cresceu nos últimos três anos, chegou no sábado, mas só ontem as demolições avançaram.
De acordo com as autoridades, na zona sul da "Selva" de Calais viviam até aos últimos dias entre 800 a 1000 pessoas, mas as associações instaladas no campo falam de um número muito superior - mais de 3400.
O grande objetivo dos migrantes e refugiados que chegam a este campo é atravessar o canal para o Reino Unido. O jornal francês Le Figaro conta que uma parte importante dos Iraquianos, Afegãos e Eritreus em Calais estão cada vez mais a aceitar apoios para regressar aos países de origem, em vez de esperarem mais um mês a viver nas condições atuais.