
Allison Robbert/EPA (arquivo)
Num dos e-mails divulgados pelos congressistas, Jeffrey Epstein disse: "É claro que ele [Trump] sabia das raparigas, pois pediu a Ghislaine que parasse"
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O criminoso sexual norte-americano Jeffrey Epstein afirmou em 2019 que o milionário Donald Trump "sabia das raparigas", de acordo com e-mails atribuídos ao empresário nova-iorquino e divulgados hoje por congressistas democratas.
Num dos e-mails, Epstein referiu que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse querer que "renunciasse à condição de membro de Mar-a-Lago", a residência do líder republicano na Florida.
"É claro que ele [Trump] sabia das raparigas, pois pediu a Ghislaine que parasse", acrescentou Epstein, nessa mensagem.
Ghislaine Maxwell, ex-companheira e cúmplice de Epstein, cumpre atualmente uma pena de 20 anos de prisão por tráfico sexual de menores.
Em 2019, Epstein foi encontrado morto na cela, num suicídio, segundo as autoridades, antes de ser julgado pelos crimes de abuso sexual e exploração de menores.
Donald Trump, que manteve durante anos uma relação próxima com Epstein antes de se afastarem no início dos anos 2000, negou sempre qualquer envolvimento ou conhecimento das atividades criminosas do financeiro nova-iorquino.
Num segundo "e-mail" divulgado pelos congressistas democratas, Epstein escreveu que Trump "passou várias horas" com uma das vítimas na sua casa.
Os congressistas alegaram que os documentos, obtidos a partir do espólio de Epstein, "levantam sérias questões sobre o que Donald Trump sabia acerca dos crimes horríveis" do milionário.
Em julho, o caso Epstein voltou a ganhar destaque depois de o Governo de Trump, que tomou posse a 20 de janeiro, ter afirmado que não encontrou novas provas que justificassem a divulgação de mais documentos sobre o caso, numa decisão contestada pela oposição democrata.
A morte de Epstein, em agosto de 2019, deu origem a múltiplas teorias da conspiração, incluindo suspeitas de homicídio, devido às ligações a várias figuras poderosas da política, finanças e alta sociedade norte-americana.
Donald Trump tem descrito as acusações como "uma farsa" e "uma manobra política" da oposição, procurando desvalorizar o impacto dos novos documentos.
Epstein, conhecido nos círculos de elite em Nova Iorque e Palm Beach nas décadas de 1990 e 2000, mantinha laços estreitos com figuras públicas, incluindo Trump, o antigo chefe de Estado norte-americano Bill Clinton e o príncipe André do Reino Unido.
Em setembro, membros democratas do Congresso divulgaram também uma carta de 2003, alegadamente escrita por Trump a Epstein, com conotações obscenas e assinada pelo republicano, algo que a Casa Branca desmentiu.
