Congressistas democratas e republicanos partidários do isolamento do regime cubano condenaram hoje a decisão do Presidente norte-americano de iniciar a normalização das relações com Cuba, prometendo resistir ao levantamento do embargo reclamado por Barack Obama.
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O senador da Florida, onde vivem muitos refugiados cubanos muito hostis ao regime de Raul Castro, o republicano Marco Rubio, criticou a ingenuidade da iniciativa norte-americana.
«A Casa Branca cedeu tudo, mas obteve pouca coisa», declarou à imprensa.
Rubio presidirá a partir de janeiro de 2015 à subcomissão dos Negócios Estrangeiros encarregada de interrogar e confirmar o próximo embaixador norte-americano em Cuba e deu a entender que tal confirmação será delicada.
«Este Congresso não levantará o embargo; utilizarei todas as ferramentas ao meu alcance para combater o mais possível as mudanças anunciadas», afirmou ainda o senador da Florida, em reação ao apelo de Obama para se pôr fim ao embargo, em vigor desde 1962.
O presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner, lamentou «uma longa série de concessões irrefletidas a uma ditadura que brutaliza o seu povo e conspira com os inimigos dos Estados Unidos».
«Isso vai encorajar todos os países que apoiam o terrorismo», declarou.
Os democratas também se manifestaram descontentes, nomeadamente o senador Robert Menéndez, que presidiu até agora à comissão dos Negócios Estrangeiros e faz parte do grupo de parlamentares visceralmente contra o levantamento das sanções a Cuba.
A aproximação «cauciona o comportamento brutal do Governo cubano», sustentou, num comunicado crispado.
O senador lamentou particularmente a troca de três espiões cubanos por um cubano preso na ilha por ter espiado para Washington.
«Essa troca assimétrica mais não fará do que incitar Cuba a tornar-se mais belicosa em relação à oposição cubana», preconizou.
Três parlamentares foram buscar Alan Gross, hoje libertado por Cuba após cinco anos de detenção, a bem da aproximação: o senador democrata Patrick Leahy, o senador republicano Jeff Flake e o representante democrata Chris Van Hollen.
Patrick Leahy instou os seus colegas a não «se agarrarem a uma política fracassada», sustentando, no regresso aos Estados Unidos: "O tempo da mudança chegou".
Estados Unidos e Cuba não têm relações diplomáticas oficiais desde 1961.