Conselheiro pede a novo Governo que resolva "extrema pobreza" dos trabalhadores consulares no Brasil
Em declarações à TSF, Rosa Ribeiro diz não perceber as acusações e diz que todos os dias recebem "chamadas telefónicas e e-mails dos sócios e é dada resposta".
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O presidente do Conselho Regional da América Central e do Sul do Conselho das Comunidades denunciou esta quarta-feira que a "extrema pobreza" dos funcionários dos postos consulares no Brasil persiste e apelou ao novo Governo português que resolva a situação.
"Muitos trabalhadores consulares estão na extrema pobreza", afirmou António Graça, acrescentado que está há "dois anos a receber promessas por parte do Governo e também por parte do Sindicato [dos trabalhadores consulares e das missões diplomáticas no estrangeiro]"
"O Sindicato não me atende", disse.
Em declarações à TSF, a secretária-geral do Sindicato dos Trabalhadores Consulares, Rosa Ribeiro, diz que não percebe as acusações. "Todos os dias nós recebemos chamadas telefónicas e e-mails dos sócios e é dada resposta", afirma.
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Sobre as denúncias do presidente do Conselho Regional da América Central e do Sul do Conselho das Comunidades, a secretária sindical diz que têm "trabalhado junto do Governo - anteriormente com o ministro dos negócios estrangeiros, Augusto Santos Silva e a secretária de estado das Comunidades Portuguesas Roberta Nunes".
A situação precária decorrente da desvalorização do real face ao euro agravou-se agora com a subida exponencial da taxa de inflação no gigante sul-americano.
Impulsionada pelos combustíveis e alimentos, a inflação no Brasil cresceu 1,62% em março, a maior subida para o período em 28 anos, e acumulou aumento de 11,30% em 12 meses, anunciou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na génese do problema está, contudo, uma decisão do executivo português tomada em 2013, que, em plena crise económica em Portugal, fixou que os vencimentos dos funcionários do quadro seriam pagos em reais (moeda corrente brasileira), a uma taxa de câmbio fictício de 2,63.
Contudo, ao dia de hoje, o euro está cotado a 5,07 reais.
Esta situação "já está agravada há bastante tempo", disse o presidente do Conselho Regional da América Central e do Sul, esperando que este problema seja agora, finalmente, resolvido pelo novo Governo para que os funcionários do consulado possam receber "um salário digno".
A TSF tenta nesta altura obter uma reação do ministério dos negócios estrangeiros sobre esta denúncia acerca da situação difícil que está a ser vivida por funcionários das representações diplomáticas de Portugal no Brasil.