Os 15 Estados-membros do Conselho de Segurança manifestaram profunda preocupação com a escalada de violência em Al-Fashir
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O Conselho de Segurança da ONU condenou esta quinta-feira o ataque dos paramilitares sudaneses das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla inglesa) em Al-Fashir e o impacto devastador na população civil, perante relatos de atrocidades em grande escala.
Num comunicado, os 15 Estados-membros do Conselho de Segurança manifestaram profunda preocupação com a escalada de violência em Al-Fashir - cidade-chave do Darfur tomada no domingo pelos paramilitares -, e nos arredores.
Os membros do Conselho de Segurança condenaram a violência perpetrada pelas RSF contra a população civil, incluindo execuções sumárias e detenções arbitrárias, e manifestaram profunda preocupação com o risco crescente de atrocidades em grande escala, incluindo com motivações étnicas.
Instaram igualmente à responsabilização dos perpetradores e exigiram que todas as partes em conflito protejam os civis e cumpram as suas obrigações perante o direito internacional, incluindo a facilitação de acesso humanitário seguro e sem entraves.
A guerra civil nesta nação africana começou em abril de 2023 devido a desentendimentos sobre integração daquele grupo paramilitar nas Forças Armadas regulares, algo que impediu a transição iniciada após a queda do regime de Omar al-Bashir em 2019, já enfraquecido após o golpe que depôs o então primeiro-ministro Abdalla Hamdok.
O conflito, marcado pela intervenção de vários países em apoio das partes beligerantes, mergulhou o país numa das maiores crises humanitárias do mundo, com milhões de deslocados internos e refugiados, além de alarme internacional com a propagação de doenças e os danos em infraestruturas críticas.
No comunicado, o Conselho de Segurança da ONU instou todos os Estados-membros a absterem-se de interferências externas que visem fomentar conflitos e instabilidade.
"Os membros do Conselho de Segurança reiteraram que a prioridade é que as partes retomem as negociações para alcançar um cessar-fogo duradouro e um processo político abrangente, inclusivo e liderado pelos sudaneses", diz a nota.
Os membros deste órgão da ONU reafirmaram inequivocamente o seu compromisso inabalável com a soberania, a independência, a unidade e a integridade territorial do Sudão.
A este respeito, o Conselho de Segurança reafirmou a sua rejeição ao estabelecimento de uma autoridade governamental paralela nas áreas controladas pelas RSF.
