"Construir muros não é solução." Prioridades da nova Comissária para os Direitos Humanos

epa07009821 UN High Commissioner for Human Rights, Chilean Michelle Bachelet attends the opening of 39th session of the Human Rights Council at the European headquarters of the United Nations in Geneva, Switzerland, 10 September 2018. EPA/SALVATORE DI NOLFI
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Os refugiados e a a minoria rohingya encabeçam as preocupações da nova Alta Comissária da Nações Unidas para os Direitos Humanos.
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A Organização das Nações Unidas (ONU) vai enviar equipas para a Austrália e Itália com o objetivo de proteger os refugiados que chegam aos dois países.
O anúncio foi feito pela nova Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, que apresentou esta segunda-feira um primeiro manifesto de intenções no discurso de estreia perante o Conselho de Direitos Humanos, em Genebra.
Michelle Bachelet mostrou-se preocupada com a situação dos migrantes na Europa e com o discurso xenófobo na Alemanha, assim como a situação das cerca de 500 crianças que foram retiradas aos pais nos Estados Unidos.
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"As pessoas sempre se deslocaram, à procura de esperança e oportunidades. Construir muros, projetar de forma deliberada medo e raiva contra as comunidades migrantes, negar-lhes direitos fundamentais rejeitando o direito de recurso, separar e deter famílias, cortar nos programas de integração - este tipo de politica não oferece soluções de longo prazo a ninguém."
A nova Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos defendeu ainda a criação "de um mecanismo internacional independente para Myanmar, para recolher, consolidar, conservar e analisar provas dos crimes internacionais mais graves" contra a minoria rohingya.
O objetivo é "acelerar julgamentos justos e independentes em tribunais nacionais e internacionais" por crimes que incluem homicídio e tortura.
À China, Michelle Bachelet pediu que autorize a entrada de peritos da ONU na província de Xinjiang, onde há relatos de ataques contra a minoria uighur e ao Iémen apelou à detenção dos responsáveis pelos ataques aéreos, incluindo o que no mês passado matou 40 crianças que seguiam no autocarro escolar.