Caputova derrotou o candidato apoiado pelo partido do Governo e tornou-se na primeira mulher a desempenhar o cargo na história da Eslováquia.
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Zuzana Caputova tornou-se, este domingo, na primeira mulher Presidente da Eslováquia. A ecologista liberal, uma advogada de 45 anos, venceu a segunda volta das eleições presidenciais com 58,4% dos votos, de acordo com a contagem final.
O seu rival era, nada mais, nada menos, do que Maros Sefcovic, comissário europeu para a Energia e o candidato apoiado pelo partido que ocupa o Governo, o Smer-SD. Sefcoviv registou 45,59% das intenções de voto.
Como termo de comparação, note-se que o partido de Caputova, o partido Progressista da Eslováquia, não tem assento parlamentar.
A voz de Caputova promete tornar-se importante na sociedade eslovaca, ainda que o cargo de Presidente seja altamente cerimonial.
Crítica acesa do Governo e estreante na política - Caputova tem vindo a bater-se pelas causas ambientais, pelo combate à corrupção, legislação pelo aborto e pelos direitos da comunidade LGBTQ+. Isto num país onde o casamento e adoções por parte de pessoas do mesmo sexo ainda não são legais.
A candidatura de Caputova nasceu, segunda a própria, de uma vontade de reagir ao homicídio de Jan Kuciak, um jornalista que investigava as ligações entre políticos e organizações criminosas. Em fevereiro de 2018, foi baleado juntamente com a sua noiva, em casa.
No entanto, a agora presidente já tinha saltado para o conhecimento do público há alguns anos: ficou conhecida por ter liderado um processo, que durou 14 anos, contra um aterro ilegal.
A vencedora nas eleições deste sábado vai tornar-se no quinto presidente da Eslováquia - com 5,4 milhões de habitantes, membro da zona euro e da NATO - desde que o país ganhou independência, em 1993, depois de a Checoslováquia se ter dividido em duas.
Caputova tomará posse a 15 de junho, quando o atual presidente, Andrej Kiska, terminar o seu mandato.