CEO das empresas considera que os riscos de permitir que o Presidente dos EUA continue a utilizar as redes sociais "são simplesmente muito grandes".
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Mark Zuckerberg anunciou esta quinta-feira, numa publicação na sua página oficial de Facebook, que as contas de Donald Trump nessa rede social e no Instagram estão bloqueadas "indefinidamente" devido ao ataque pró-Trump no Capitólio, que aconteceu na quarta-feira, nos EUA. Apesar de não se saber quando terminará este bloqueio, o CEO da empresa garante que não terminará antes do dia da tomada de posse de Joe Biden, a 20 de janeiro.
"Os eventos chocantes das últimas 24 horas demonstram claramente que o Presidente Donald Trump pretende usar o tempo que lhe resta no cargo para minar a transição pacífica e legar do poder para o seu sucessor eleito, Joe Biden. Estamos a estender o bloqueio que colocámos às suas contas no Facebook e Instagram indefinidamente e, pelo menos, durante as próximas duas semanas, até que a transição pacífica de poder esteja completa", escreveu Mark Zuckerberg.
Para o CEO do Facebook, permitir que Trump continue a utilizar estas redes sociais representa riscos "muito grandes".
"Acreditamos que os riscos de permitir que o Presidente continue a usar o nosso serviço durante este período são simplesmente muito grandes", acrescentou Zuckerberg.
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Os apoiantes do Presidente cessante dos EUA entraram em confronto com as autoridades e invadiram o Capitólio, em Washington, na quarta-feira, enquanto os membros do Congresso estavam reunidos para formalizar a vitória do Presidente eleito, Joe Biden, nas eleições de novembro.
Pelo menos quatro pessoas morreram na invasão do Capitólio, anunciou a polícia, que deu conta de que tanto as forças de segurança, como os apoiantes de Trump utilizaram substâncias químicas durante a ocupação do edifício.
Já esta quinta-feira, o Congresso dos Estados Unidos ratificou a vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais de novembro, na última etapa antes de ser empossado em 20 de janeiro.
O vice-Presidente republicano, Mike Pence, validou o voto de 306 grandes eleitores a favor do democrata contra 232 para o Presidente cessante no final de uma sessão das duas câmaras, marcada pela invasão de apoiantes de Trump.
A sessão de ratificação dos votos das eleições presidenciais dos EUA foi interrompida na quarta-feira, mas quatro horas depois as autoridades declararam que o edifício do Capitólio estava em segurança.
O Presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que os violentos protestos foram "um ataque sem precedentes à democracia" do país e instou Donald Trump a pôr fim à violência.
Pouco depois, Trump pediu aos seus apoiantes e manifestantes que invadiram o Capitólio para irem "para casa pacificamente", mas repetindo a mensagem de que as eleições presidenciais foram fraudulentas.
O primeiro-ministro, António Costa, e o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, condenaram os incidentes, tal como a União Europeia, a NATO e governos de vários países.
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