Merkel considera que sem um novo programa de resgate à Grécia, teria sido "o caos" e que não avançar com esta ajuda teria sido "completamente irresponsável". Já o ministro das Finanças alemão promete dedicar-se para que tenha "êxito" a "última tentativa" para solucionar a crise grega.
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Perante os deputados alemães, chamados a pronunciarem-se sobre o princípio desta ajuda, a chanceler alemã afirmou que sabe "que muitos entre vós têm dúvidas e preocupações". "Ninguém pode simplesmente esquecer" essas dúvidas e preocupações, disse.
No entanto, continuou a governante, "estaríamos a agir de uma forma completamente irresponsável se não tentássemos este caminho", porque "a alternativa seria garantidamente o caos".
Ainda assim, Merkel deixou também um forte elogio ao ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble. Um ministro que tem defendido que a Grécia ficaria melhor de fora da moeda única.
Wolfgang Schäuble também discursou perante os deputados. Ele prometeu ao parlamento alemão dedicar-se nas próximas semanas para que tenha "êxito" a "última tentativa" da Europa para solucionar a crise grega.
Schäuble tomou a palavra diante do parlamento (Bundestag) para pedir o voto favorável à abertura de negociações de um terceiro resgate para a Grécia. "É a última tentativa e temos uma tarefa excecionalmente difícil pela frente", sublinhou o ministro das Finanças alemão, deixando claro que o voto do Bundestag é apenas o começo de um longo caminho.
O seu objetivo nas próximas semanas, assegurou Schäuble, é trabalhar "com todas as suas forças" para chegar a uma solução que possa apresentar a todos os cidadãos alemães e dizer que está "convencido que esta solução vai funcionar".
O ministro alemão voltou a deixar claro que o acordo para o terceiro resgate nunca incluirá um corte na dívida grega e, como esta opção está descartada, advertiu que a Grécia deverá comprometer-se a empreender reformas "ainda mais difíceis" do que as incluídas nos programas de resgate anteriores.
Schäuble considerou que não se pode dizer que o segundo programa de resgate foi um fracasso, como sustentam muitos analistas, e recordou que o Fundo Monetário Internacional (FMI) reconheceu no outono, antes da chegada do Syriza (partido do primeiro-ministro Alexis Tsipras) ao poder, que os gregos já se encontravam num caminho adequado para a recuperação.
O objetivo de todos os membros da zona euro é que a Grécia recupere esse caminho e que seja capaz de voltar a financiar-se nos mercados cumprindo as normas da união monetária europeia, acrescentou o titular das Finanças.