
Thomas Mukoya/Reuters
"O Nome de Deus não pode ser usado para justificar o Ódio". Foi desta forma que o Papa destacou a necessidade do diálogo inter-religioso para combater os extremismos que levam ao terrorismo.
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No decorrer da visita pastoral ao Quénia, o Papa Francisco disse esta quinta-feira de manhã, perante um grupo de líderes religiosos locais de várias confissões, que "o Deus a quem procuramos servir é um Deus de paz".
De acordo com o Sumo Pontífice, "com muita frequência, tornam-se os jovens extremistas em nome da religião para semear discórdia e terror, para dilacerar o tecido das nossas sociedades". Por isso, é importante que reconheçam todas as religiões "como profetas de paz, pacificadores que convidam os outros a viver em paz, harmonia e respeito mútuo! Que o Todo-Poderoso toque os corações de quantos estão envolvidos nesta violência e conceda a sua paz às nossas famílias e comunidades".
Na sala da Nunciatura Apostólica, em Nairobi, o chefe da Igreja Católica lembrou ainda os recentes atentados no Quénia. "Permanece viva a memória deixada pelos bárbaros ataques ao Westgate Mall, ao Garissa University College e a Mandera". Os exemplos citados referem-se aos quatro atentados mais graves ocorridos no Quénia nos últimos dois anos, todos atribuídos ou reivindicados pelo grupo jihadista somali Al Shabab.
Missa em Nairobi
Depois desta cerimónia, o Papa deslocou-se para um terreiro onde deu uma missa perante dezenas de milhar de fiéis que o aguardaram à chuva.
Durante a homília, Francisco disse que "os grandes valores da tradição Africana, a sabedoria e a verdade da palavra de Deus e o idealismo altruísta de juventude vão orientar-vos para uma sociedade cada vez mais justa, inclusiva e respeitosa da dignidade humana".
Utilizando uma linguagem simbólica, o Papa sublinhou necessidade da igualdade de géneros, do combate à violência doméstica e de uma sociedade livre e democrática. África deve ser como "uma casa que tem uma lareira, onde os irmãos e irmãs, vão finalmente, viver em harmonia e respeito mútuo, em obediência à vontade do Deus verdadeiro, que nos mostrou, em Jesus, o caminho para a liberdade e a paz a que todos os corações aspiram".
A visita africana do Papa vai incluir além do Quénia uma passagem pelo Uganda e pela República Centro-Africana.