COP16 sobre biodiversidade sem entendimento à vista. "O ponto essencial para o financiamento é chegar a acordo"
Em declarações à TSF, a ministra do Ambiente, Maria da Graça Carvalho, refere que, da parte da União Europeia, tudo tem sido feito para que haja um entendimento, sublinhando que "é muito importante financiar ações da biodiversidade"
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Termina, esta quinta-feira, em Roma, a 16.ª Conferência da Convenção das Nações Unidas sobre Biodiversidade, a COP16, mas ainda sem acordo à vista. Os países vão fazer um último esforço para tentarem chegar a um entendimento. Em declarações à TSF, a ministra do Ambiente reconhece que, apesar de alguns avanços, há dificuldades para que seja alcançado um acordo. Maria da Graça Carvalho adianta que o principal problema diz respeito ao financiamento.
"O ponto que se avançou um bocadinho, mas que não se conseguiu fechar, foi exatamente o assunto do financiamento. No assunto do financiamento, a União Europeia apresentou uma posição no documento simples e mais resumida do que a posição inicial da Comissão. Os pontos essenciais para o financiamento é chegar a um acordo", explica à TSF Maria da Graça Carvalho.
A governante esclarece que a discórdia que está a provocar a falta de acordo prende-se com os mecanismos: "Se criamos um mecanismo novo para gerir o fundo ou se usamos os mecanismos existentes, como o Global Environment Facility (GEF), que está a funcionar para as alterações climáticas e que é a posição da União Europeia, porque é uma poupança de recursos administrativos e institucionais."
Em Roma, a delegação brasileira acusou os países desenvolvidos de estarem a ser os principais entraves para que se chegue a um acordo, uma acusação que Maria da Graça Carvalho rejeita. A ministra do Ambiente garante que, da parte da União Europeia, tudo tem sido feito para que haja um entendimento.
"Temos o princípio de que é muito importante financiar ações da biodiversidade, que a biodiversidade deve estar nas agendas nacionais e deve ter maior financiamento nacional de cada um dos Estados-membros, que deve ser um ponto prioritário nas nossas cooperações com países terceiros", sublinha.
A 16.ª Conferência da Biodiversidade, que decorreu de 21 de outubro a 2 de novembro em Cali, na Colômbia, foi suspensa por falta de quórum para decidir questões como o financiamento das medidas e a vigilância e acompanhamento das metas definidas.
A TSF está a acompanhar a Conferência da ONU para a Biodiversidade a convite do Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF).
