Com o clima político, no Reino Unido, num dos períodos mais tensos, o líder do partido trabalhista veio a Bruxelas procurar soluções para o impasse no Brexit.
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Jeremy Corbyn afirma-se empenhado em afastar qualquer possibilidade de um Brexit desgovernado, "apresentando um ponto de vista de que o não-acordo deve ser retirado de cima da mesa".
É por essa razão que esteve esta tarde em Bruxelas, para um uma reunião com o coordenador do Parlamento Europeu para as discussões do Brexit. O encontro com Guy Verhofstadt visa garantir que o plano, que endereçou há duas semanas a Theresa May, é bem acolhido pelas instituições europeias.
"Acreditamos na alternativa trabalhista de uma união aduaneira, com acesso ao mercado [interno], e na proteção dos trabalhadores. É credível. E, de certeza, terá grande apoio entre os deputados, do meu lado da câmara, mas de alguns do outro lado também. Acreditamos que pode haver uma maioria", afirmou, prometendo "continuar a pressionar".
No Parlamento Europeu, o coordenador das discussões sobre o Brexit, Guy Verhofstadt espera que clima de crispação dentro dos dois partidos mais representativos, na Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico, não ponha em causa as condições políticas, necessárias para evitar o Brexit desordenado.
"Temos sido positivos, enquanto Parlamento Europeu, com o plano de Jeremy Corbyn, enviado na carta à primeira-ministra Theresa May", frisou Verhofstadt, esperando que "nos próximos dias ou semanas, a cooperação partidária seja uma saída para este problema".
Mas, nem a escassa estabilidade política, daria as garantias necessárias para evitar a rutura desgovernada, com a União Europeia. Para Jeremy Corbyn também seria desejável que a primeira-ministra britânica não fosse inflexível.
"A Theresa May tem de acabar com as linhas vermelhas e começar a ser séria. Caso contrário, o risco de um Brexit sem acordo, em 29 de março torna-se demasiado real. E isso será muito perigoso para os empregos dos dois lados do Canal [da Mancha]. Irá quebrar as cadeias de abastecimento de ambos os lados do canal. [E], isto tem de ser dito", avisou o líder do partido trabalhista.
Antes disto, Corbyn esteve reunido com o negociador-chefe da União Europeia para o Brexit, Michel Barnier, o qual afastou uma eventual extensão do artigo 50º, dizendo que "não é preciso de mais tempo".
"Precisamos de decisões do parlamento britânico. Se esta questão for levantada, a primeira reação dos chefes de estado - cuja aprovação unânime é necessária - seria dizer: "Para quê? Quanto tempo?", esclareceu Barnier.
Diálogos
Michel Barnier encontrou-se esta tarde com o secretário britânico para o Brexit, Stephen Barclay. "As conversas com Michel Barnier e a sua equipa (...) foram produtivas", referiu uma fonte do governo britânico, numa nota enviada ao DN.
"Discutiram-se as posições de ambos os lados e concordaram em concentrarem-se no que podemos fazer para concluir um acordo com sucesso o mais rápido possível", refere a mesma nota, onde pode ler-se também que ficou combinado que "as conversações devem continuar urgentemente a um nível técnico".