A Coreia do Norte alegou hoje que as armas cubanas encontradas num navio com bandeira norte-coreana, no Canal do Panamá, faziam parte de um negócio legítimo e que se destinavam a ser reparadas.
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Havana disse que as armas encontradas no navio, entre toneladas de açúcar, eram mísseis e partes de mísseis "obsoletos" da era soviética enviadas para Pyongyang para serem reparadas, uma versão apoiada pelos aliados norte-coreanos.
«Esta carga é constituída apenas por armas antigas que vão ser devolvidas a Cuba depois de serem reparadas, de acordo com o contrato que fizemos», afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros norte-coreano citado pela agência de notícias da Coreia Norte.
«As autoridades do Panamá deviam agir no sentido de permitir que o navio e tripulação apresados possam prosseguir viagem de imediato», acrescenta o comunicado.
O Panamá pediu a inspetores das Nações Unidas que investigassem a carga, que alguns diplomas da ONU disseram que podia constituir uma violação das sanções imposta à Coreia do Norte devido ao seu programa nuclear.
«A carga é ilegal porque não foi declarada. Tudo o que não for registado, mesmo que esteja obsoleto, é contrabando», sublinhou o ministro da Segurança, José Raul Mulino.
«Aguardamos a chegada de especialistas norte-americanos e britânicos, bem como uma equipa técnica do Conselho de Segurança da ONU», acrescentou.
O Panamá anunciou a descoberta de equipamento militar depois de apresar o Chong Chon Gang numa busca para descobrir drogas.
Os responsáveis panamianos disseram que a tripulação resistiu às buscas e que o capitão tentou suicidar-se depois do navio ser retido.
A Coreia do Norte alega que o capitão e a sua tripulação foram «violentamente atacados», condenando o que considera ser «uma ação violenta» dos inspetores do Panamá.