
A Coreia do Sul está hoje em estado de sítio e não é por causa do vizinho do norte. É preciso fazer pouco barulho para não incomodar os 650 mil jovens que vão fazer o exame nacional de acesso à universidade.
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Na Coreia do Sul tudo muda em dia de exame. O trânsito fica condicionado e é proibido circular a menos de 200 metros de cada centro de exame. Para minimizar outras interferências sonoras, os aviões não podem descolar nem aterrar durante quarenta minutos perto destes centros.
Para que nenhum aluno chegue atrasado, a rede de transportes públicos foi reforçada e a polícia tem disponível um serviço de transporte de carro e de mota.
Os trabalhadores podem chegar uma hora mais tarde ao emprego e na bolsa de Seul a sessão começa e termina também uma hora mais tarde.
Durante as nove horas que os alunos têm para fazer o exame, os pais dedicam-se às rezas. Deslocam-se para os templos de modo a pedir proteção para os filhos.
Tudo isto se explica com uma sociedade competitiva dizem os analistas. Na Coreia do Sul - que aposta fortemente em quadros qualificados - o sistema de classificação por níveis leva os estudantes a competir sem olhar a meios por uma matrícula no ensino superior.
Estudar numa das três universidades mais prestigiadas do país é um passaporte para um estatuto social elevado e um emprego numa multinacional. Os casos falhados terminam muitas vezes em suicídio.