As Coreias do Norte e do Sul trocaram fogo de artilharia hoje junto à fronteira marítima, com Seul a pedir aos residentes de duas ilhas situadas nas imediações para se refugiarem em abrigos face ao aumento da tensão.
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«Obuses disparados pela Coreia do Norte caíram no nosso lado [da fronteira] e nós replicamos abrindo fogo», declarou um porta-voz do Estado-Maior da Armada sul-coreana à agência AFP.
Os disparos de ambos os lados aparentemente não foram dirigidos contra alvos específicos. «Até ao momento, as duas partes atiraram para o mar», disse a mesma fonte.
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Os habitantes das ilhas sul-coreanas de Baengnyeong e Yeonpyeong foram aconselhados a procurar abrigos. «Nós instamos todos os moradores a refugiarem-se, sem demora, em abrigos e alguns já o fizeram», indicou um responsável local à AFP.
A Coreia do Norte tinha alertado Seul que pretendia levar a cabo durante o dia de hoje manobras navais com fogo real no Mare Amarelo, junto à fronteira marítima, as quais não são raras, apesar de ser pouco frequente o 'aviso' prévio.
Pyongyang pediu a Seul para ter sob controlo os seus navios perante os exercícios. A Coreia do Sul replicou, prevenindo que se extravasassem para o seu lado seriam seguidos de represálias.
A fronteira marítima entre as duas Coreias foi no passado palco de repetidos confrontos, alguns dos quais mortíferos.
O mais recente reporta-se a novembro de 2010, quando o Norte bombardeou uma ilha sul-coreana perto da fronteira, causando a morte de quatro pessoas e colocando a península sob a ameaça de conflito.
A ação norte-coreana, que poderá contribuir para acentuar a tensão na península, é vista como uma resposta ao "Foal Eagle", um exercício militar conjunto que Seul e Washington realizam desde o final de fevereiro e o qual se prolongará até 18 de abril.
O regime de Kim Jong-un considera a manobra conjunta como «um ensaio de invasão» do seu país, pelo que, nas últimas semanas, tem 'respondido' com uma série de lançamentos de mísseis de curto e médio alcance.