O Presidente chinês afirmou hoje que a China é um país de sucesso, mas advertiu que a corrupção poderá «provocar o colapso» do Partido Comunista e do Estado.
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No discurso de abertura do XVIII Congresso do Partido Comunista Chinês, esta quinta-feira, em Pequim, o líder que está de saída apontou metas para a próxima década, mostrando otimismo e confiança no partido.
Num relatório com mais de sessenta páginas lido durante uma hora e meia, Hu Jintao frisou a ideologia do partido que deve servir de base para manter a nação unida.
Naquele que deve ser o seu último discurso, salientou a importância de lutar contra a corrupção interna, um mal que é visto como a maior ameaça ao partido único.
A reunião vai durar uma semana e terminará com a tomada de posse de Xi Jinping, a nova cara da liderança chinesa.
Do Congresso devem sair também os nomes para o próximo Comité permanente, que é a mais alta instituição do poder.
Apesar do grande aparato de segurança, a primeira manhã do Congresso ficou marcada pela detenção de uma manifestante na praça Tiananmen. Uma mulher foi levada pela polícia depois de ter gritado enquanto a bandeira era hasteada.
Com mais de um milhão de voluntários a zelar pela segurança, os dias do encontro demonstram algum nervosismo da liderança.
Segundo organizações de direitos humanos, vários ativistas foram detidos ou proibidos de sair de casa.
Para a maioria da população, o Congresso é olhado com indiferença.
A distância entre o povo e a liderança tem vindo a crescer em grande parte pelo descrédito que a corrupção interna criou.
Além de garantir o crescimento económico, o Partido tem de na próxima liderança lutar pela integridade interna, a receita certa para alcançar a sociedade harmoniosa.