Depois da vitória de domingo, Alexis Tsipras toma posse como primeiro-ministro grego já esta segunda-feira. No plano internacional, as reações vão dos sorrisos abertos à cautela.
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Tsipras argumenta que tudo o fez foi justificado nas urnas, e promete 4 anos de poder, num tempo que será difícil para todos. O Syriza alcançou 145 deputados, já com os 50 de bónus para o partido vencedor. Os Gregos Independentes, somam 10 deputados, elevando a previsível maioria absoluta da coligação para 155 deputados.
A Nova Democracia terá 75 eleitos. A extrema direita da Aurora Dourada cresce ligeiramente para os 18 deputados. E até o PASOK, os socialistas, que tinham quase desaparecido nas eleições de Janeiro, são agora a quarta força política.
Os grandes derrotados nesta eleição, para lá da Nova Democracia, são o partido do centro To Potami, com 11 deputados, menos 6, e acima de tudo A Unidade Popular, o partido que resultou na cisão à esquerda do Syriza, e que não consegue eleger um único deputado.
As reações portuguesas chegaram ainda no domingo. António Costa, líder do Partido Socialista afirma que espera "que a Grécia encontre agora a estabilidade que lhe permita encontrar o caminho do crescimento e sobretudo aliviar o sofrimento que a austeridade tem imposto ao povo grego nos últimos anos".
Marisa Matias, eurodeputada do Bloco de Esquerda, diz que é "uma lição de dignidade do povo grego que continua a sua luta contra a austeridade".
À direita, Paulo Portas e Passos Coelho preferiram salientar as diferenças entre Portugal e Grécia. O líder do CDS/PP afirma que "na Grécia está lá a Troika, nós já dissemos adeusa à Troika". Já o Passos Coelho lembra que "as nossas eleições decorrem num clima bastante diferente. Estamos a preparar o futuro intensificando a recuperação da nossa economia e o crescimento do emprego" enquanto que a Grécia "tem a perspetivava de executar um programa que é bastante difícil".
Reações também no plano europeu.
Martin Shulz, presidente do Parlamento Europeu, foi dos primeiros a reagir. Fê-lo na rede social Twitter pedindo um "governo sólido".
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O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, felicitou o líder do Syriza, Alexis Tsipras, pela vitória nas eleições gregas dizendo também que quer "ver agora a rápida formação de um novo governo com um forte mandato para continuar o processo de reformas".
Já François Hollande, Presidente francês, considerou que a vitória do Syriza foi "uma mensagem importante para a esquerda europeia". "A Grécia vai conhecer um período de estabilidade com uma maioria sólida", disse François Hollande em conferência de imprensa, em Tânger (Marrocos). Hollande acrescentou que se deslocará a Atenas "sem dúvida nas próximas semanas".