Cozinhar com fogão a gás pode ser mais prejudicial para a saúde do que ser fumador passivo
Estudo alerta para as elevadas concentrações de benzeno emitidas por fogões a gás natural ou de botija.
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A poluição atmosférica provocada pelo gás do fogão pode ser mais prejudicial para a saúde do que o fumo passivo de tabaco, revela um novo estudo conduzido por cientistas da Universidade de Standford.
A investigação conclui que cozinhar com fogões a gás - quer seja de botija ou natural - pode levar a concentrações de benzeno, um composto químico associado a cancros do sangue como a leucemia, muito superiores aos limites recomendados pela Organização Mundial de Saúde.
Deixar um único bico do fogão ligado durante 45 minutos leva à emissão de mais níveis de benzeno do que os encontrados no fumo passivo de tabaco, alerta o estudo já revisto pelos pares e publicado na revista científica Environmental Science & Technology.
Além disso, as concentrações do composto químico podem manter-se no ar de uma casa ou apartamento até seis horas depois de o gás ter sido desligado, circulando por várias divisões.
O mesmo estudo mostra que o uso de exaustores não ajuda a reduzir a poluição causada pelo gás, uma vez que a maioria se limita a fazer com que o ar poluído circule pela divisão em vez de expelir os químicos nocivos para o exterior.
Também não foram encontradas diferenças significativas entre fogões de marcas e anos diferentes. A concentração de benzeno no ar apenas foi inferior à média em cozinhas com boa ventilação.
"Nunca ficaríamos deliberadamente ao lado de um tubo de escape de um carro, a respeitar a sua poluição, mas ficamos prontamente ao lado dos nossos fogões a respirar a poluição que eles emitem", comparou Rob Jackson, um dos investigadores responsáveis pelo estudo, citado pelo jornal The Guardian.
Por comparação, os fogões com placas de indução não emitem quaisquer níveis de benzeno, enquanto as emissões dos fogões elétricos são entre 10 e 25 vezes inferiores do que as verificadas no caso do gás.